Senador Omar Aziz cobra que BNDES invista em pesquisa e inovação no Norte

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (18/4), Aziz levou a questão ao diretor de planejamento e projetos do BNDES, Nelson Barbosa

O senador Omar Aziz (PSD-AM) levantou a importância de o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investir em pesquisa e inovação na Amazônia como forma de encontrar novas potencialidades econômicas no país.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (18/4), Aziz levou a questão ao diretor de planejamento e projetos do BNDES, Nelson Barbosa. E pediu atenção especial à questão da distribuição regional dos recursos.

“Infelizmente, estamos muito atrasados em relação à inovação e tecnologia na região Norte. E foi por meio de uma pesquisa da Embrapa que temos hoje uma das maiores produções de grãos. Mas, os principais pesquisadores foram embora do país por falta de aporte, por falta de oportunidade”, disse Aziz.

De acordo com o senador, maior abertura do banco para financiar e apoiar projetos desse setor, iniciativas desenvolvidas dentro do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) poderiam ser beneficiadas diretamente.

A retomada do CBA, que o vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin visitou recentemente, em Manaus, anunciando o contrato de gestão para início das operações do complexo, também elevou as expectativas de que o centro vire referência de pesquisa na região.

“Estamos colocando muitas esperanças que a gente possa, de fato, pesquisar a Amazônia. E dela poder trazer as riquezas sustentavelmente. Isso só é possível se a gente tiver o conhecimento daquilo que nós temos na região”, afirmou.

Crédito para pequenos negócios

Com relatoria de Aziz, a CAE aprovou a contratação de crédito de 1 bilhão de dólares para o financiamento do Programa Emergencial de Acesso a Crédito (Peac).

A medida, que agora segue para análise do plenário do Senado, foi aprovada em audiência nesta terça-feira (18), após esclarecimentos do diretor do BNDES sobre os desembolsos e a desigualdade na distribuição regional dos recursos. 

Em outros anos, a região Sudeste chegou a receber cinco vezes a mais do BNDES em comparação com a Norte.

Ao justificar a aprovação da contratação do empréstimo do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), ligado ao Brics, Omar afirmou que, se o BNDES mantiver essa média de desembolsos, ele estará atuando como um banco sem promover o desenvolvimento social e ambiental e sem atingir as regiões mais pobres.

“Em 2020, o valor todo desembolsado do BNDES foi de R$ 60 bilhões. Mas, quem se beneficia disso é mais Sul e Sudeste. O Norte, Nordeste e Centro-Oeste são o ‘patinho feio’ do BNDES, mas é onde deveria ter um investimento maior. Por isso, a gente quer saber da política do BNDES daqui para a frente”.