Ricardo Camarinho era médico da Presidência da República no governo Bolsonaro. Depoimentos podem colocar profissional da saúde na mira da Polícia Federal

Médico da Presidência da República na gestão de Jair Bolsonaro, Ricardo Camarinha é apontado como funcionário fantasma e pode entrar para lista de investigados pela Polícia Federal, informou a jornalista Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo.

Camarinha foi apontado por funcionários da Apex do escritório de Miami. Segundo os depoentes, o médico recebia o salário de R$ 36,8 mil sem aparecer para trabalhar na agência. Ainda segundo os funcionários, o médico foi nomeado por ordem expressa de Jair Bolsonaro ao general Mauro Cid, que era chefe da Apex em Miami.

“Os depoentes contaram aos investigadores que a nomeação de Camarinha se deu por ordem expressa de Bolsonaro ao general Mauro Cid, que era o chefe da Apex em Miami. Segundo os funcionários da agência, o militar relatou à área de recursos humanos que o médico precisava ser contratado a pedido do então presidente”, acrescenta.

Os depoimentos dos funcionários ocorreram no âmbito das investigações sobre o caso das joias da Arábia Saudita recebidas por Bolsonaro, quando o ex-capitão ainda era presidente. Nessa investigação, Mauro Lourena Cid é suspeito de ter usado a estrutura da agências para negociar ilegalmente os itens. Ele também teria usado a verba da Apex para participar do acampamento golpista em Brasília.

Os depoimentos podem resultar em um inquérito contra o médico, que ainda mora nos Estados Unidos. Ricardo Camarinha ainda não se pronunciou sobre as informações reveladas hoje.