As contradições de Sidney Leite, acusado de estupro que se diz defensor das crianças

O deputado Sidney Leite (PSD), é o que podemos chamar de hipocrisia ambulante, já que suas decisões contrastam com sua própria vida pregressa.

Condenado por espalhar fake news em suas redes sociais, onde foi obrigado pela justiça a pagar uma multa de R$ 5 mil reais, Leite agora é um dos parlamentares a assinar a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquéritos (CPI), que vai investigar a produção e disseminação de fake news.

Acusado de estuprar uma criança de apenaz 12 anos em 2004 em Maués, na época em que era prefeito do município, agora como deputado diz ser defensor dos direitos das crianças e adolescentes.

Segundo o deputado Sidney Leite em suas redes sociais, é “necessário unir esforços para garantir os direitos básicos” e citou como exemplo as “nossas crianças”.

Mas não foi bem essa defesa que Leite fez em 2004, na zona Rural de Maués, quando segundo familiares da vitima em depoimento ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM), onde a criança sofreu o abuso por parte dele, quando ela comemorava o título de campeã com sua irmã e outras garotas em um torneio de futebol, em maio de 2004, na Comunidade de Bom Jesus. O então prefeito Sidney Leite fez a entrega de medalhas aos vencedores e conversou com as crianças que estavam no local.

Ainda segundo familiares, à época, a vítima se preparava para retornar ao barco que a levou para a comunidade, quando o assessor de Sidney, identificado como Herlito Carlos Nunes, o “Teló” a abordou e alegou que o prefeito gostaria de conversar com ela em particular, pois pretendia ajudar a mãe da vítima, que, na época, tinha câncer. Ele a levou para outro barco, onde estava Sidney Leite, e, segundo a criança, foi o local onde ocorreu o abuso.

Sidney Leite a mandou entrar no barco argumentando que os dois iriam “apenas conversar” e que “não era para ela ter medo”. A menina afirmou que chegou a pedir para o prefeito não fechar a porta do camarote, mas ele não atendeu ao pedido, alegando que o local poderia ficar quente já que o ar condicionado estava ligado. Nesse momento, o assessor que levou a criança até o barco a aguardava do lado de fora.

 

 

 

Sidney, ainda segundo a vítima, pediu para que ela sentasse na cama e ficasse calma, “pois ajudaria sua mãe doente, levando-a até Manaus para tratamento” contra o câncer, com “assistência necessária”. Na ocasião, o agora deputado federal perguntou da menina se ela ainda era virgem. E tendo ela respondido que “sim”, o então prefeito sorriu e afirmou que a vítima mentia, “pois não existiam mais meninas na idade dela que ainda fossem virgens”.

Recebendo negativa da menor ao pedir para que ela tirasse a roupa, a vítima afirmou que Sidney foi agressivo e gritou que a garota não sairia do barco enquanto não atendesse ao pedido dele e a mandou calar a boca. No mesmo momento, o próprio deputado deitou a menina na cama e tirou a roupa dela, mesmo a vítima pedindo que ele não prosseguisse com o ato.

No depoimento da vítima consta ainda que, após retirar toda a roupa da garota, Sidney se despiu, colocou o preservativo em seu órgão genital e deitou-se sobre a vítima. Na ocasião, Sidney pediu para ela não ter medo que a relação “não iria doer” e, em seguida, segurou os dois braços dela e passou a ter relações sexuais com a criança. Antes de finalizar o ato, ele a mandava calar a boca afirmando que “estava perto de conseguir a vitória”. A criança disse que não entendia o que ele queria dizer, mas ficou com medo de pedir socorro.

No depoimento da vítima consta ainda que, após retirar toda a roupa da garota, Sidney se despiu, colocou o preservativo em seu órgão genital e deitou-se sobre a vítima. Na ocasião, Sidney pediu para ela não ter medo que a relação “não iria doer” e, em seguida, segurou os dois braços dela e passou a ter relações sexuais com a criança. Antes de finalizar o ato, ele a mandava calar a boca afirmando que “estava perto de conseguir a vitória”. A criança disse que não entendia o que ele queria dizer, mas ficou com medo de pedir socorro.

O processo de estupro contra Sidney Leite que está registrado, originalmente, no número 4002054-24.2016.8.04.000 e corre em segredo no TJAM, foi apresentada, em 2016, pelo então procurador-geral de Justiça do Amazonas, à época, Fábio Monteiro, no Procedimento Investigatório Criminal 807/2016, e relata com detalhes a acusação da vítima, quando o deputado era prefeito do município de Maués.

Até os dias de hoje, o deputado consegue com todas as suas forças políticas e jurídicas, protelar o julgamento até que o caso escabroso e horrível, possa prescrever e assim, ele não possa mais ser preso.