Vereador afirma que famílias retiradas do Monte Horebe eram membros de facção e pede a retirada do auxílio dado pelo Governo a eles

O vereador Dione Carvalho (Agir), afirmou nesta segunda-feira (10), durante sessão plenária na Câmara Municipal de Manaus (CMM), que as famílias pobres que viviam na invasão Monte Horebe, na zona Norte de Manaus, eram membros de uma facção criminosa.

De acordo com Dione Carvalho, as 2,5 mil famílias removidas do local e beneficiadas com um auxílio feito pelo Governo do Amazonas em 2020, e que hoje recebem R$ 600 reais da Superintendência de Habitação do Amazonas (Suhab), deveriam perder a ajuda por serem membros de facção que invadiram o local.

“Se não me engano, são mais de duas mil pessoas que invadiram e a Suhab paga um aluguel para elas. A grande parte são pessoas faccionadas que invadem áreas, usam essas famílias como base de escudo e elas chegam, constroem, habitam e as facções vão lá, retiram e vendem essas áreas que não são deles para pessoas com poder aquisitivo que possam investir naquela área”, disse Dione.

O vereador está pedindo para a Câmara Municipal de Manaus (CMM), encontrar uma maneira de revogar o auxílio oferecido pelo Governo do Amazonas, por segundo ele, beneficiar invasões e fortalecer o crime organizado em Manaus.

Divergência com a população periférica

Não é a primeira vez que o vereador Dione Carvalho (Agir), classifica pessoas de periferia de baixa renda como criminosos. Em novembro de 2023, o parlamentar propôs um Projeto de Lei que impedisse pessoas pobres de frequentar centros comerciais em Manaus.

A justificava do vereador a época, era de que jovens de periferia iam aos shoppings da cidade, apenas para criar baderna e confusão, atrapalhando consumidores que frequentam o local.

Divergência com a imprensa e tentativa de censura

Dione Carvalho acusou a Diretoria de Comunicação da Câmara Municipal de Manaus (CMM), de pagar portais de notícias e blogs, para “bater” nos vereadores.

O vereador ainda chegou a afirma que os profissionais de imprensa utilizam robôs e matérias fake news para atacar vereadores.

“A Câmara paga os portais e os portais batem na gente. Eu tenho certeza que quando sentar na minha cadeira serei bombardeado por robôs, fake news e até mesmo pessoas teleguiadas. Isso me preocupa!”, disse.

“Tenho certeza que não é só eu que foi atacado. Todos foram atacados de alguma forma, mas parece que a base (do prefeito) incomoda mais”, completou Dione.

Apesar dos ataques ao direito de imprensa, o vereador não foi punido e apenas se desculpou pelas acusações sem provas.