As venezuelanas que foram ofendidas por Bolsonaro (PL), na semana passada, se recusaram a gravar vídeos para ajudar a desfazer o mal-estar gerado pelas falas do presidente. Em entrevistas, Bolsonaro insinuou que elas seriam garotas de programa por estarem “arrumadinhas”, o que foi desmentido. As informações são do Estadão.
Segundo relatos, a equipe de Bolsonaro queria que algumas delas divulgassem uma mensagem, sozinhas, dizendo que tudo havia sido um mal-entendido e havia sido esclarecido. As jovens e suas mães, no entanto, ficaram com receio da exposição e do desgaste que isso poderia gerar.
Pessoas que têm acompanhado as venezuelanas dizem que elas ficaram muito preocupadas com a repercussão das falas de Bolsonaro e pediram uma retratação pública. Além de entidades de direitos humanos, o caso tem sido acompanhado de perto pela Defensoria Pública da União e pelo Ministério Público do Distrito Federal.
O vídeo, por sua vez, acabou sendo gravado por Bolsonaro, Michelle, e a assim apresentada “embaixadora” da Venezuela, María Teresa Belandria, indicada pelo presidente autoproclamado do país, Juan Guaidó em 2019, que por sua vez demonstrou apoio à reeleição de Bolsonaro. Belandria ajudou a viabilizar o encontro com a primeira-dama.
A “embaixadora”, permanece em silêncio durante toda a gravação, que durou mais de dois minutos e foi imediatamente replicada por perfis favoráveis ao presidente. A mensagem também foi alvo de críticas.
A gravação foi divulgada depois que a equipe do presidente tentou fazer com que algumas das meninas que foram citadas por ele publicassem mensagem dizendo que tudo havia sido um mal entendido, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. A tentativa, porém, foi frustrada, já que as jovens e suas famílias ficaram com receio de uma exposição ainda maior.