Presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia pode ganhar um novo capítulo com o recém-empossado Procurador-Geral da República, Paulo Gonet. Na noite desta terça-feira (19), membros da CPI se reuniram com o procurador para solicitar ao Ministério Público a reabertura de inquéritos e reforçar a importância de dar continuidade aos que já estão em andamento.
O senador Omar Aziz explicou que os novos fatos que justificam a reabertura dos inquéritos em questão estão diretamente relacionados ao envio de provas que, inicialmente, foram consideradas não enviadas pelo Ministério Público. “Tivemos que encaminhar todos os documentos novamente, o que resultou em uma demora para que essas provas chegassem, enquanto os processos estavam sendo arquivados”, lamentou o senador.
Por sua vez, o senador Randolfe Rodrigues ressaltou que o Procurador-Geral da República anterior propôs o arquivamento de todo o relatório apresentado pela CPI da Pandemia. No entanto, a CPI, orientada pelo relator Renan Calheiros e demais membros, interpôs recursos para que esses pedidos de arquivamento fossem analisados pelo pleno do Supremo Tribunal Federal (STF). “O relatório da CPI, 70% dele está vivo e nós acreditamos agora em uma nova manifestação do Ministério Público Federal”, afirmou Rodrigues.
Os parlamentares destacaram que muitas investigações que foram enviadas ao STF continuam em aberto, aguardando recursos e diligências policiais. A comissão avalia ainda que o novo pedido pode resultar no indiciamento do ex-presidente da república, Jair Bolsonaro, em pelo menos nove crimes diferentes.
Em meio às discussões iniciadas com o novo Procurador-Geral da República, sinalizando que há possibilidade de reabertura de inquéritos que foram arquivados pelo antigo titular da PGR, os senadores agora aguardam uma nova manifestação do Ministério Público Federal. A expectativa é que os casos em andamento e os fatos novos sejam considerados para a continuidade das investigações relacionadas à condução da pandemia de Covid-19 no país, que vitimou cerca de 700 mil pessoas só no Brasil.