Polícia Civil denúncia Alex Braga por fraude processual e falsificação de documentos no caso de estupro de sobrinha

Por: Redação

A denúncia contra o jornalista Alex Braga Mendes ganhou novos desdobramentos nesta semana, após a deputada estadual Alessandra Campelo (Podemos) anunciar que solicitará sua prisão por obstrução de Justiça. A acusação se baseia na apresentação de um atestado médico falso de COVID-19, utilizado por Braga para justificar a ausência em audiência judicial no processo em que responde por estupro e coação para aborto.

O documento sob suspeita

De acordo com investigações da Polícia Civil do Amazonas, o atestado foi assinado por um médico que declarou nunca ter estado em Manaus, tampouco conhecer Alex Braga. O profissional afirmou ainda que seus laudos médicos só são emitidos com exames comprobatórios anexados, o que não ocorreu no caso apresentado pelo jornalista.

A descoberta reforça a tese de que Braga teria tentado atrasar o andamento processual, prática que, na avaliação de juristas consultados pela reportagem, caracteriza fraude processual e pode se somar às acusações já existentes.

Um histórico de acusações

Braga é acusado de ter abusado sexualmente da prima de sua ex-esposa e, em seguida, pressionado a vítima a realizar um aborto para encobrir a gravidez resultante do crime. Ele foi preso em 2024, mas conseguiu liberdade provisória enquanto o processo seguia na Justiça.

Em maio de 2025, o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) formalizou denúncia contra ele por estupro, provocar aborto sem consentimento, violência psicológica, ameaça e perseguição.

Conflito com a Assembleia

O caso extrapolou o campo jurídico e ganhou peso político após ataques de Alex Braga contra funcionárias da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Em publicações nas redes sociais, o jornalista teria chamado servidoras de “safadas”, o que provocou reação imediata da deputada Alessandra Campelo.

“Chega desse bandido, estuprador, ficar xingando mulheres nas redes sociais. Vamos processá-lo civil e criminalmente. E agora vamos pedir sua prisão por obstrução de Justiça”, declarou Campelo, em discurso no plenário da Aleam.

Pressão política e bastidores

Fontes ouvidas pela reportagem indicam que a Procuradoria da Mulher da Aleam, que atua como assistente de acusação no caso, deve formalizar ainda esta semana um pedido de prisão preventiva contra o jornalista. A medida teria apoio de outros parlamentares, o que demonstra que o episódio deixou de ser apenas um caso isolado e passou a mobilizar setores do Legislativo amazonense.

Nos bastidores, comenta-se que a ofensiva judicial da deputada busca não apenas proteger as servidoras da Casa, mas também enfraquecer a estratégia de Braga, que tenta se colocar como vítima de perseguição política.

Veja o Vídeo:

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Situação atual

Enquanto o processo criminal avança, o novo inquérito sobre o atestado falso pode ampliar o cerco jurídico contra o jornalista. Caso a falsificação seja comprovada, Braga poderá enfrentar novas acusações que somam até oito anos de prisão, além das penas já previstas para os crimes de estupro e aborto sem consentimento.