Para justificar perda de receita para educação, secretário municipal Júnior Mar afirma que a culpa é de professores e alunos socialmente vulneráveis

Durante entrevista na manhã desta terça-feira (26/08), o titular da Secretaria Municipal de de Educação (Semed), professor Júnior Mar, comentou o não pagamento de R$ 50 milhões do Ministério da Educação (MEC) à Manaus, referente ao valor Aluno Ano Resultado (VAAR), nos anos de 2025 e 2026 culpando os professores e os alunos pela incompetência da Prefeitura de Manaus e de sua secretaria.

Manaus é uma das 22 capitais que não irão receber os recursos do VAAR durante os dois próximos anos, por não atender requisitos propostos pelo MEC para o pagamento dos recursos.

A Semed não atingiu a condição de equidade no ensino e não diminuiu a diferença entre o aprendizagem racial e entre pessoas de baixa renda e de renda mais alta, dizendo que os professores são incompetentes e os alunos são burros.

“Imagina se tu tens uma sala de aula com 27 estudantes e 22 reprovam. A gente tem um problema aí: ou o professor não sabe ensinar ou a avaliação foi meio complexa e não esteve ao alcance do estudante. Foi isso que aconteceu com o VAAR”, disse, atenuando a responsabilidade da Semed no caso.

O secretário esqueceu que o trabalho de diminuir a distância de ensino a pessoas socialmente vulneráveis para aqueles de socioeconômicas mais altas é da Semed, que ele é titular.

Enquanto Júnior Mar tenta culpar professores e alunos socialmente vulneráveis, a gestão da Prefeitura de Manaus com David Almeida (Avante) e a Semed, enfrentam investigações de desvio de recursos da merenda escolar, superfaturamento na compra dos alimentos, má gestão de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), entre outras acusações graves.

Vale ressaltar que o prefeito David Almeida (Avante) enfrenta graves acusações sobre sua gestão na Educação Municipal, como o uso indevido de R$ 41 milhões de reais do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para pagar o Fundo de Saúde dos Servidores Municipais (Funserv).