MP pede júri popular para casal que agrediu babá e atirou contra advogado em condomínio de Manaus

A babá foi agredida após passar ao lado dos suspeitos na saída de um elevador do condomínio (Foto: Reprodução)

Na última sexta-feira (22), o Ministério Público do Amazonas (MPAM) pediu que o investigador Raimundo Nonato Machado e a mulher dele, Jussana Machado, sejam julgados por um júri popular pelas agressões cometidas contra uma babá e a tentativa de homicídio contra um advogado em Manaus. O caso aconteceu em 18 de agosto do ano passado, no estacionamento de um condomínio no bairro Ponta Negra, zona Oeste da cidade.

Na ocasião, o advogado Ygor de Menezes Colares, de 35 anos, foi baleado na panturrilha esquerda após tentar apartar uma briga envolvendo a babá de seus filhos e o casal. Câmeras de segurança flagraram o momento em que Jussana está com a arma em punhos.

Segundo relatos da época, a babá contou que já era era alvo de xingamentos por parte de Jussana há meses. Ela foi agredida após passar ao lado dos suspeitos na saída de um elevador do condomínio.

Quando avistou a babá em perigo, o advogado e patrão da mulher correu para apartar a briga, mas acabou sendo agredido pelo investigador Raimundo Nonato. Na ocasião, ele entregou uma arma para a mulher e, em seguida, ela atirou na panturrilha do defensor.

De acordo com a promotora Lilian Nara Pinheiro de Almeida, houve uma clara tentativa de homicídio, que não se consumou porque os réus foram impedidos de concretizar o crime por uma das vítimas e um funcionário do condomínio.

“Ficou evidenciado a incidência das qualificadoras no art.121, §2º, II, IV e VIII do CP, isso porque os réus praticaram a conduta por motivo torpe, já que aparentemente o motivo foi visivelmente desproporcional aos motivos ensejadores do ato contra as vítimas, além do uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, bem como o emprego de pistola, arma de uso restrito”, explicou.

A promotora também disse que ficou claro, durante a instrução processual, que houve tortura contra a babá com as agressões. “Verifica-se que a ação dos réus, de fato, causaram intenso sofrimento físico e psicológico na vítima, posto que se viu agredida brutalmente na frente de várias pessoas”.

“Ante todo o exposto, evidenciadas a autoria e a materialidade do delito imputado por meio da denúncia, requer o Ministério Público sejam pronunciados os réus Jussana de Oliveira Machado e Raimundo Nonato Monteiro Machado, na forma do art. 413 do CPP, como incurso nas penas do Art. 121, §2º II, IV e VIII, c.c. Art. 14, II, c/c art. 29, todos do CPB eart. 1º, I, c, da Lei 9455/97, para que seja submetido a julgamento pelo Egrégio Tribunal do Júri”, finalizou.

Agora, a defesa de Raimundo e Jussana tem o prazo de 5 dias pra apresentar sua alegações finais. Caso o juíz concorde com o MP, o casal será julgado pelo Júri.