Moraes diz em entrevista que críticos do 8 de janeiro tinham bordões fascistas

Em uma entrevista publicada nesta terça-feira (12) na Folha de S. Paulo, o ministro Alexandre de Moraes disse que quem crítica as prisões relacionadas aos atos do 8 de janeiro, tinha bordões fascistas contra criminosos.

Ainda segundo o ministro sua conduta referente as prisões, está dentro dos parâmetros constitucionais, além disso, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) pode rever a tese que penaliza jornalistas pelo o que é dito por entrevistados.

Após comentar que pessoas ligadas aos manifestantes tinham “bordões fascistas em relação àquelas que cometiam crimes”, Moraes complementou dizendo que elas nunca defenderam o tratamento adequado que, segundo sua opinião, os presos do 8 de janeiro estão tendo agora no Supremo. Ele afirma que elas receberam o “devido processo legal, direito a advogado, a um julgamento por 11 ministros”.

“Essas pessoas que hoje criticam o sistema penitenciário – e têm razão em criticar, o sistema penitenciário precisa evoluir – nunca se preocuparam com os 700 mil presos brasileiros”, afirmou Moraes.

“Enquanto não havia gente ligada a essas pessoas, principalmente uma classe média do interior dos vários estados, elas tinham bordões, eu diria, fascistas em relação àqueles que cometiam crimes.”

“Nunca defenderam o que elas têm agora no Supremo, devido processo legal, direito a advogado, a um julgamento por 11 ministros, não sou eu que julgo sozinho”, disse o ministro.

“Todas as minhas decisões são levadas a referendo do Supremo Tribunal Federal. Uma condenação só existe se houver maioria no STF. Esses que foram condenados foram condenados por ampla maioria no STF.”

“Não é porque é de classe média que não vai ser processado, condenado ou preso.Essas pessoas que hoje criticam o sistema penitenciário nunca se preocuparam com os 700 mil presos brasileiros”, completou.

Ainda em relação aos processos dos réus envolvidos nos atos do 8 de janeiro, Moraes disse que “o gabinete vem trabalhando com celeridade, referendado pelo plenário do Supremo. Isso é o maior motivo de satisfação, mostrando que a minha conduta vem sendo dentro dos parâmetros constitucionais”.

O ministro também comentou sobre a recente tese elaborada pelo STF, que penaliza jornalistas pelas declarações de entrevistados. “Talvez o que haja necessidade, para não restar nenhuma dúvida na aplicação, é complementarmos a tese colocando que quando houver dolo do meio jornalístico naquela notícia”, afirmou.

Sobre críticas à sua pessoa, Moraes disse que “mesmo que sejam críticas ácidas, são parte da democracia, não há nenhum problema. O que não faz parte da democracia é a agressão, são injúrias, calúnias, ameaças”.