Se sentindo isolado e traído por seus pares, o ex-presidente Jair Bolsonaro agora busca jogar a culpa em seus antigos companheiros de farda, os próprios militares que lhe ajudaram a chegar ao poder em 2018.
Entre escândalos de “rachadinha, roubo de joias e uma tentativa frustrada de golpe cívico militar como ocorreu em 1964, onde seus aliados incitaram um quebra-quebra em Brasília em 8 de janeiro”, Bolsonaro sente-se abandonado pelas Forças Armadas, a quem ele acreditava com conseguia pressionar a justiça, para deixá-lo livre de qualquer acusação.
Os militares atravessam suas próprias dificuldades, com as investigações que sujam a farda, antes usada com honra, agora emporcalhada com as ‘lambanças’ do capitão que virou presidente e deixou a peteca cair e perder a confiança dos próprios aliados no caminho.
Um tenente-coronel, Mauro Cid, ex-ajudante de ordem de Bolsonaro, está preso. O pai dele, o general Mauro Lourena Cid, pode ser preso a qualquer momento.
Cid filho bateu continência a todos os desmandos de Bolsonaro nos últimos quatro anos. Cid pai cedeu aos apelos do filho e meteu-se na operação ilegal de recompra das joias vendidas no exterior.
A pressão que os militares exercem sobre a Justiça, hoje, é para livrar os seus de penalidades, mas no momento, Bolsonaro deixou de ser um deles.
O único que permanece tentando “salvar” o ex-presidente é o Procurador Geral da República Augusto Aras, que foi indicado pelo próprio Bolsonaro e tenta anular todas as investigações que pairam sobre o ex-presidente.