Joana Darc denuncia ataques virtuais e diz que ‘fake news’ são financiadas com verba da Assembleia

A deputada estadual Joana Darc (PL) denunciou em sessão plenária virtual desta quinta-feira (14) inúmeros ataques que vem recebendo pela internet, seja por meio de blogs ou redes sociais. De acordo com a parlamentar, existem “milícias digitais”, financiadas com dinheiro público para atacar parlamentares da base governista. “Estamos enfrentando uma crise mundial e fico muito triste e muito revoltada em ver que têm pessoas que são financiadas para atacarem os outros no momento que precisamos de prudência, união ação e trabalho”, disse durante o pequeno expediente.

Em seu discurso, a parlamentar afirmou que os ataques não amenizam o sofrimento das pessoas durante a pandemia de Covid-19 e não ajudam em nada a encontrar soluções para a crise na saúde. “O problema se agrava quando vejo que tem pessoas públicas inseridas nesse problema, partidos políticos, fico extremamente preocupada. Repudio esse tipo de atitude, isso é criminoso, é fake news, porque todos têm o direito de criticar, isso é a democracia. Agora a partir do momento que isto é um fato criminoso de forma organizada, se torna um crime virtual, um crime digital”, denunciou.

Na última quarta-feira (13) uma imagem com a foto da deputada, deturpando uma fala da parlamentar durante a sessão da última terça-feira (12) e a chamando de “cachorra” circulou no Facebook e foi compartilhada por aliados de políticos de oposição.

A equipe jurídica da parlamentar levantou o perfil de quem divulgou a imagem e constatou que trata-se de um aliado político do deputado estadual Wilker Barreto (Podemos) que na quarta-feira (13) a ofendeu e a chamou de “Maria do Bairro”, dizendo que a parlamentar estava apenas querendo “tumultuar a sessão” e fazer do plenário virtual “uma feira”.

“Denunciei as ‘fake news’, que são notícias falsas que criam no sentido de deturpar minhas palavras, confundindo a opinião pública. Acordei com uma imagem de incitação ao ódio e o o autor da imagem é vinculado ao deputado Wilker Barreto. Aproveitando, quero dizer que repudio qualquer tipo de ofensa proferida a qualquer mulher. Seja ela deputada ou não. A gente vive numa sociedade que não se acostumou ainda a entender o papel das mulheres. Quando mulheres exigem seus direitos, se posicionam, quando são mulheres aguerridas e de personalidade forte, essas mulheres são taxadas de coisas que não são, como se fossem loucas, barraqueiras, histéricas”, disse Joana.

Ataques

Desde o início de seu mandato, a deputada, que também é líder do Governo na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) já recebeu inúmeras ofensas e foi vítima de notícias falsas. Uma das mais recente, publicada em um portal local, afirmava que a deputada havia sugerido, por meio de requerimento, que o Governo do Estado adotasse o “Lockdown” em Manaus.

Nas redes sociais, uma imagem com um texto afirmando que Joana Darc havia feito o pedido de “Lockdown” também circulou. O autor foi identificado como Christian Moraes, funcionário recém-contratado para um cargo de liderança no PRTB, o mesmo partido do presidente da Aleam, Josué Neto. Segundo Darc, as notícias falsas estão sendo disseminadas a mando de terceiros e financiadas com o dinheiro da Casa Legislativa.

Outro caso recente de ataque aconteceu durante uma live, onde um jornalista do Blog da Amazônia afirmou que o governador Wilson Lima substituiria a parlamentar da liderança do governo, pois “nenhum deputado gostava dela”. O mesmo ainda ofendeu Joana, chamando-a de “antipática”, “nojenta”, “maluca” e “desequilibrada”. “Também já sofri inúmeros ataques pessoais. Já ofenderam a honra do meu pai, da minha mãe e do meu noivo. Já inventaram que tenho casas que nunca tive. São situações que ninguém deveria passar, muito menos uma mulher. Eu sempre trabalhei, atuo dignamente, saio às ruas para ajudar a população mesmo num momento de pandemia e nunca precisei atacar ninguém para ter meu trabalho reconhecido”, frisou Joana.

A equipe jurídica da deputada já entrou com dez processos por injúria, difamação e disseminação de notícias falsas. Só este ano já soma seis processos. “Continuarei cobrando e procurando meus direitos para que estas pessoas entendam de uma vez por todas que isto é crime. O que eles fazem é crime!”, finalizou.