A Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (24), uma operação contra um grupo suspeito de estelionato, falsificação de documentos, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro. Um dos alvos de busca e apreensão é Jair Renan Bolsonaro, o filho “04” do ex-presidente Jair Bolsonaro. Além disso, os agentes cumprem mandados em Brasília e em Balneário Camboriú, em Santa Catarina.
Em março, Jair Renan, de 25 anos, foi nomeado para um cargo no Senado Federal, no gabinete do ex-secretário de Pesca do governo do pai, o senador Jorge Seif (PL). Na ocasião, foi divulgado que ele receberia um salário de aproximadamente R$ 9,5 mil (o valor líquido da remuneração para o posto é de R$ 7,7 mil). O quarto filho de Bolsonaro também atua como influenciador nas redes sociais e, desde o início do ano, viajou por diversos estados do país.
Jair Renan costuma movimentar as redes sociais por falas polêmicas. Em julho, ele viralizou nas redes sociais após uma entrevista concedida por ele em 2022 ter repercutido. Durante participação no podcast “Social Pro”, ele confessou não ter cumprido as medidas de segurança durante a pandemia da Covid-19, e classificou o período como “top”, já que foi a época em que, segundo ele, “pegou mais mulheres”.
“O Covid é uma gripe, e prefiro morrer transando que tossindo. Ele [Bolsonaro] falou assim: ‘não tem problema você falar qualquer coisa, só não fala do Covid'”, disse o filho do ex-presidente.
Em dezembro de 2021, o “04” foi intimado pela Polícia Federal a prestar depoimento em inquérito que apura o pagamento de suposta propina por empresários com interesse na administração pública. Jair Renan, no entanto, só compareceu à Superintendência da PF no Distrito Federal em abril de 2022, acompanhado do advogado Frederick Wassef, que na última semana também foi alvo de busca pela Polícia Federal.
Operação da Polícia Civil do DF
O principal alvo da operação é Maciel Carvalho, instrutor de tiros de Jair Renan, que já foi preso em janeiro deste ano. Ele é apontado como mentor do esquema criminoso investigado pela Polícia.
O grupo agia por meio de empresas fantasmas, segundo as investigações. Um dos métodos envolveu a criação da identidade falsa de Antônio Amâncio Alves Mandarri. A prática teria como objetivo abrir contas em bancos e tornar a inexistente figura de Antônio Amâncio Alves Mandarri. A prática teria como objetivo abrir contas em bancos e tornar a inexistente figura de Antônio Amâncio uma espécie de proprietário das empresas usadas como ‘laranja’.
Em nota, a Polícia Civil do Distrito Federal informou que descobriu “que os investigados forjam relações de faturamento e outros documentos das empresas investigadas, usando dados de contadores sem o consentimento destes, inserindo declarações falsas com o fim de alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante, além de manter movimentações financeiras suspeitas entre si, inclusive com o possível envio de valores para o exterior”.