
Por: Redação Abutre da Notícia
Interior- Recursos federais enviados pelo senador Plínio Valério (R$ 990 mil) e o deputado Federal Sidney Leite (R$ 2 milhões), destinados à Prefeitura de Eirunepé, desapareceram durante a administração de Raylan Barroso.
A gestão do ex-prefeito Raylan Barroso voltou ao centro das atenções após vereadores do município denunciarem o desaparecimento de emendas parlamentares federais destinadas a beneficiar a população. O escândalo envolve cerca de R$ 2,99 milhões em recursos públicos que, segundo as apurações preliminares, sumiram sem deixar rastros.
De acordo com documentos analisados pela Câmara Municipal, duas emendas parlamentares teriam sido desviadas durante os anos de 2023 e 2024. A primeira, no valor de R$ 990 mil, foi enviada pelo senador Plínio Valério (PSDB) para ações na área da saúde. A segunda, ainda mais vultosa, foi uma emenda de R$ 2 milhões indicada pelo deputado federal Sidney Leite (PSD), com finalidade ainda não esclarecida pelos gestores.
Os vereadores apontam que os valores foram creditados nos cofres da prefeitura, mas não há qualquer prestação de contas ou registros de aplicação dos recursos. A ausência de relatórios, notas fiscais ou contratos relacionados às emendas levantou a suspeita de desvio de finalidade ou apropriação indevida.
“É inadmissível que verbas públicas desse porte simplesmente desapareçam. Vamos acionar os órgãos de controle e pedir uma investigação formal. A população precisa saber o que foi feito com esse dinheiro”, afirmou um dos vereadores que participa da apuração.
Diante das denúncias, a atual prefeita e os parlamentares locais devem encaminhar um pedido formal de investigação ao Ministério Público Federal (MPF), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU).
A reportagem tentou contato com o ex-prefeito Raylan Barroso, mas não obteve resposta até a publicação deste material.
Raylan Barroso já enfrentou outras denúncias durante sua passagem pela prefeitura de Eirunepé, sendo alvo de ações judiciais e investigações do Ministério Público do Amazonas (MPAM) por supostos crimes contra a administração pública. Com esse novo episódio, sua gestão volta a ser questionada por suspeitas de corrupção e má gestão de recursos federais.
O Cabeça do esquema:
As investigações iniciais apontam que o então ex- prefeito Raylan Barroso foi o principal articulador do esquema, e que o montante teria sido desviado e repartido entre aliados políticos, comerciantes locais e donos de empresas que mantinham contratos com a prefeitura.
Segundo os parlamentares que analisaram os documentos financeiros da gestão, o senador Plínio Valério destinou R$ 990 mil para a saúde, enquanto Sidney Leite enviou R$ 2 milhões para ações no município. No entanto, nenhuma prestação de contas foi apresentada, e não há registros de obras, serviços ou compras com esses valores.
“Não estamos falando apenas de descaso. É um esquema articulado de desvio de dinheiro público, com favorecimento claro a aliados do ex-prefeito”, afirmou um dos vereadores que acompanha o caso. Ele ainda confirmou que o grupo político de Raylan teria usado os recursos para pagar favores, manter apoio político e até abastecer empresas amigas da gestão.
A Câmara Municipal de Eirunepé pretende acionar os órgãos de controle, como o Ministério Público Federal (MPF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU), para que o caso seja investigado e os responsáveis sejam punidos.
Histórico problemático
Não é a primeira vez que a gestão Raylan Barroso se vê envolvida em denúncias de corrupção. O ex-prefeito já é investigado por outras suspeitas de desvios e contratos fraudulentos, e agora pode enfrentar novas ações civis e criminais por improbidade administrativa, peculato e associação criminosa.
QUEM RECEBEU O DINHEIRO?
Veja os nomes citados nas denúncias feitas pelos vereadores (identidade preservada por segurança):
• Empresário do ramo de terraplanagem: teria recebido repasses por obras não executadas;
• Comerciante da zona central: recebeu pagamentos por fornecimento de alimentos não comprovado;
• Aliado político: nomeado como “consultor”, sem contrato ou relatório de serviço;
• Duas empresas de fachada: registradas em nome de terceiros, com ligações diretas ao ex-prefeito;
• Parentes de ex-secretários municipais: também aparecem como beneficiários de empenhos suspeitos.
Confira os documentos abaixo:



