O material genético coletado na vítima, à época, equivale ao DNA de homem preso por estupro praticado em série, no Centro de Manaus

A partir de um vestígio coletado em uma vítima de estupro, a equipe do Laboratório de Genética Forense do Instituto de Criminalística Lorena dos Santos Baptista, órgão vinculado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-AM), forneceu à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) a autoria de um caso de estupro praticado em 2013. O material forense estava armazenado no Banco de Perfis Genéticos, que confirmou que o crime foi praticado por Tonyelson Souza da Silva, de 33 anos. O homem está preso desde o ano passado pelo mesmo crime.

Para a gerente do Laboratório de Genética Forense, perita Daniela Koshikene, a identificação do denunciado evidencia a capacidade de se identificar criminosos mesmo após muito tempo da ocorrência do crime. Ela explicou que o perfil genético é utilizado para identificação humana da mesma forma que uma impressão digital. Ele individualiza cada pessoa e a diferencia uma da outra.

“Desta forma, o perfil genético obtido do vestígio coletado do corpo da vítima foi inserido no Banco de Perfis Genéticos e confrontado com todos os perfis genéticos que estão ali, de pessoas conhecidas, como condenados por crimes graves e vestígios de outros crimes”, destacou a perita.

Ela ressaltou ainda que Tonyelson foi encontrado como autor desse estupro. “Ele já cometeu outros estupros também e o que percebemos é que esse é o crime mais antigo cometido por ele”,  disse.

Após a identificação do autor, as informações foram repassadas à Polícia Civil (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Criança e ao Adolescente (DEPCA), responsável pelas investigações. De acordo com a delegada Juliana Tuma, agora, o inquérito policial será concluído e remetido à Justiça.

“Após essa identificação por parte do Departamento de Polícia Técnico-Científica, por meio do Laboratório de DNA, é possível agora responsabilizar esse autor. Ele é apontado como autor de crimes de estupro praticado em série na cidade de Manaus e essa descoberta é um marco importante para mais essa responsabilização desse crime cometido em 2013”, afirmou Tuma.

Importância da coleta

O Banco de Perfis Genéticos está em atividade desde 2010. A partir da sua ativação, foram inseridos perfis provenientes de diversos crimes cometidos no Amazonas. Todas as informações que constam catalogadas são compartilhadas com as demais Federações, isso faz com que criminosos que pratiquem crimes e outros estados, caso venham a ser presos no Amazonas possam ser identificados por meio da genética forense.

Para possibilitar a identificação de criminosos pelo exame de DNA, a gestora do Laboratório Forense Daniela Koshikene ressalta a importância de que a vítima de crime sexual seja submetida de forma célere à coleta.

“O ideal para a identificação do autor é de que essa vítima se apresente a uma delegacia e em seguida se apresente ao Instituto Médico Legal. No IML será feito o exame e coletado vestígio que foi deixado pelo criminoso. Esse material que vai ser encaminhado ao laboratório, então é importante que essa vítima se apresente à polícia o mais rápido possível sem fazer higienização porque o material deixado pelo autor no seu corpo é o que nós precisamos para identificar quem deixou esse material no corpo da vítima”, explicou a perita.

Conforme Koshikene, caso a vítima realize a higiene, ainda assim deve comparecer à delegacia mais próxima e levar as roupas usadas por ela durante a prática criminosa, principalmente, as íntimas. “A secreção que existe neste material é o objeto que vai ser analisado pela perícia”, esclareceu Koshikene.