A advogada criminalista Catharina Estrella, acusa o promotor de justiça Walber Luís do Nascimento, de compará-la a uma cadela, durante a sessão do Tribunal do Júri nesta quarta-feira (13), no Fórum Ministro Henoch Reis, bairro do Aleixo, zona Centro-sul de Manaus.
De acordo com a advogada, em meio a uma réplica de argumentação, o promotor de justiça durante sua fala, chama Catharina de cadela na seguinte fala “compará-la, Vossa Excelência, a uma cadela, de fato é muito ofensivo, mas não a Vossa Excelência, à cadela”.
Ao ouvir a fala do colega, a advogada pede pela ordem durante a sessão de julgamento, paralisando a audiência.
Advogados e advogadas criminalistas se reuniram em frente ao Fórum Henoch Reis, para prestar solidariedade à Catharina Estrella.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Amazonas (OAB-AM), Jean Clauter, disse, “Essa demonstração de solidariedade e apoio mútuo reforça o espírito da união que permeia a nossa comunidade jurídica. Juntos somos mais fortes e capazes de superar desafios”.
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) informou que, a princípio, não irá se pronunciar sobre o ocorrido. A Associação Amazonense do Ministério Público (AAMP), por meio do presidente Alessandro Gouveia, apresentou total e irrestrito apoio ao promotor Walber do Nascimento.
Em coletiva Catharina declarou, “Eu já tinha até pela manhã tentado começar a acionar a OAB pela quebra de prerrogativa de não conseguir colocar em ata o que eu precisava colocar. Foi nesse momento que eu fui muito rígida com o juiz, porque ele dizia: ‘doutora, eu não entendo pela nulidade’, e eu falei: ‘a ata não é para o senhor, a ata é para a posteridade, é para ficar registrado, não estou fazendo isso aqui para a vossa excelência entender que está certo ou errado. Eu quero registrar’. Foi então que ele me permitiu registrar o que tinha acontecido hoje e concluiu dizendo, “Ele queria me humilhar, me rebaixar ao me comparar com uma cadela. […] Ele queria me menosprezar no menor espaço que ele tivesse e ele não conseguiu”.
O presidente do Sistema Regional de Prerrogativas da OAB-AM, Alan Johnny Feitosa da Fonseca, informou que a OAB-AM irá acionar a justiça para que o promotor seja responsabilizado.
“A doutora Catharina, a minha mensagem de solidariedade, quero dizer que vossa excelência não está sozinha e que nesse cenário vossa excelência não é a vítima, mas a vítima é toda a advocacia, não foi somente a senhora ofendida, mas toda a classe e, com o rigor da lei, vamos buscar responsabilizar a autoridade que ofendeu todos os advogados”, falou.
A Ordem dos Advogados do Brasil emitiu uma nota pública, repudiando a comparação da advogada a uma cadela.