Suspeito de comandar um esquema milionário de desvio de dinheiro na Secretaria de Educação, Esporte e Cultura de Manacapuru, Raimundo Ferreira Conde, ganhou liberdade após ser preso durante a Operação Compadrio, desencadeada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) na última semana.
Na manhã desta segunda-feira (18), Raimundo Conde foi visto em uma “festa de liberdade”, junto com vários amigos em Manacapuru, o que foi visto como uma espécie de afronta à Justiça do Amazonas.
O esquema de desvio de recursos da secretaria, teria dado segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/CAO-CRIMO) e a 3ª Promotoria de Justiça de Manacapuru, um prejuízo de cerca de R$ 8 milhões de reais.
O secretário de Educação Raimundo Ferreira Conde, o subsecretário Afonso Luciano do Carmo Fernandes e a secretária de finanças da Semed de Manacapuru Marimei Vasconcelos Coelho, foram presos na última terça-feira (12), durante ação do Ministério Público do Amazonas (MPAM), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/CAO-CRIMO) e a 3ª Promotoria de Justiça de Manacapuru, que deu início à segunda etapa da operação “Compadrio”.
O foco é investigar o desvio de verbas públicas destinadas aos Conselhos de Escolas e às Associações de Pais e Mestres das escolas municipais, em um contexto de corrupção e lavagem de dinheiro.
A investigação apontou uma rede de corrupção na Secretaria de Educação e Cultura de Manacapuru, caracterizada por desvios de fundos do salário-educação para contas de servidores, familiares e terceiros. O esquema era comandado por altos funcionários da Secretaria, configurando uma grave malversação de recursos educacionais.
De acordo com o Coordenador do GAECO, o Promotor de Justiça Igor Starling, está programada a execução de três mandados de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, com suporte da Polícia Civil do Amazonas e informações técnicas fornecidas pela Controladoria Regional da União no estado. Entre as medidas adicionais, destaca-se o bloqueio de bens dos investigados, que soma mais de quatro milhões de reais, e o afastamento de três servidores de suas funções na Secretaria de Educação e Cultura.
O nome da Operação, batizada de “Compadrio”, é uma alusão à prática de condutas que privilegiam amigos e/ou parentes que são favorecidos de maneira ilegal.