O Ministério Público do Amazonas está denunciando os 16 policiais das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) por formação de quadrilha e o homicídio de quatro pessoas em dezembro de 2022, no Ramal da Água Branca, em Manaus.

Alexandre do Nascimento Melo, Valéria Pacheco da Silva, Diego Máximo Gemaque e Lilian Daiane Gemaque foram mortos a tiros após uma abordagem dos militares que os levaram para uma espécie de tribunal da morte que funcionava naquele ramal. Os policiais estão presos desde o início de 2023 mas todos negam participação na chacina.

A denúncia foi assinada pelos  Promotores de Justiça Armando Gurgel Maia, Clarissa Moraes Brito, Lilian Nara Pinheiro de Almeida e Marcelo de Salles Martins.

Os policiais respondem por homicídio qualificado e sem chance de defesa. Além da pena, eles podem ser expulsos da Rocam.

“Um ou mais integrantes do veículo Ônix Branco (…) era carta marcada para execução e todos os sujeitos [policiais] que tinham conhecimento do que estava sendo feito se reuniram em um ponto de encontro para confirmar o(s) alvo(s) e decidir como seria realizada a ação, do que resultou necessária a execução de todos os que estavam no veículo Ônix no momento em que a abordagem se iniciou, como forma de não deixar testemunhas”, afirmam os investigadores.

Viaturas da Rocam foram filmadas fazendo escola do carro das vítimas, que também foram filmadas rendidas durante uma abordagem, horas antes do crime. Da abordagem na Rua Portland, bairro Nova Cidade, até a morte, as vítimas foram julgadas e condenadas.