A ex-candidata à vice-prefeita de Manaus e empresária dona da faculdade Fametro, Maria do Carmo Seffair, saiu do Partido Novo e se filiou ao Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, para tentar ser política no Amazonas.
Nesta segunda-feira (22), na sede do PL na zona Centro-sul da capital, ao lado do ex-deputado Alfredo Nascimento, e outros políticos da sigla, Maria do Carmo Seffair declarou ser pré-candidata ao Governo do Amazonas em 2026.
Durante seu discurso, a empresária confirmou o que todos já sabiam, que ‘ela não entende nada de política’, mas que segundo Maria do Carmo, vai fazer um “intensivão” para aprender com Alfredo Nascimento, a quem pesa acusações de má gestão e corrupção, quando foi ministro do Governo Lula em seu primeira mandato.
Durante as eleições para a Prefeitura de Manaus, onde a empresária Maria do Carmo Seffair foi candidata à vice na chapa do deputado Alberto Neto (PL), ela se cercou de diversas denúncias e polêmicas que envolviam seu nome e o modo de administrar suas empresas.
Maria do Carmo não pagava o Imposto Territorial Urbano (IPTU), tendo uma dívida de R$ 8,7 milhões em suas empresas. Ela mesmo confirmou sua dívida e chegou a ironizar a situação.
“É verdade que eu devo IPTU. Mas sabe quantas empresas fecham por minuto aqui no Brasil? Quatro. A minha tem 20 anos e trabalho exclusivamente com o recurso do bolso dos meus alunos. E é normal dever IPTU”, disse.
Durante a campanha eleitoral, a candidata foi acusada de utilizar um esquema de “caixa dois”, com pagamentos de até R$ 1 milhão de reais para apoiadores próximo às eleições, com o intuito de bombar sua possível candidatura ao Governo do Amazonas em 2026.
“Se Deus quiser eu vou chegar lá. Hoje eu não estou lá e não posso dizer, mas é óbvio que, conhecendo vocês e vocês estando lá comigo, a gente vai arrumar sim”, falou Maria do Carmo.
Os pagamentos eram feitos pela ex-assessora de Arthur Neto, kellen Veras, que também foi denunciada no esquema de caixa dois nas eleições.
O síndico do condomínio onde Maria do Carmo reside, identificado como Flávio Patrício, cobra a empresária em um grupo de WhatsApp, sobre o pagamento da taxa condominial obrigatória. Até mesmo um áudio da cobrança foi compartilhado no grupo do condomínio.
“Doutora Maria do Carmo, eu fiz um levantamento para ter mais segurança no que vou afirmar. A senhora sabe melhor que eu que está inadimplente com nosso condomínio”, disse Flávio Patrício.
“Peço à senhora que faça contato com a administradora e acerte as contas que estão em aberto porque está nos criando todo tipo de transtorno”, completou o síndico.
Para não pegar mal, Maria do Carmo rebateu o síndico afirmando que já pediu os boletos para quitar tudo e ameaçou o homem com uma espécie de investigação sobre o trabalho do homem como síndico do condomínio.
“Por isso mesmo eu já tinha pedido todos os boletos para amanhã e pagarei amanhã. Agora eu não sei seu advogado lhe informa que o que o senhor está fazendo é equívoco porque o seu condomínio pode me acionar por vias legais mas eu sei fazer isso. Não se preocupe seu Flávio, o senhor vai receber o compromisso amanhã mas vai prestar contas do seu serviço. Sem problema. Uma condômina exigente”, disse Maria do Carmo.
Um professor da Fametro denunciou Maria do Carmo, por perseguição por conta de sua ideologia política, e por não ter votado na dona da Fametro para Prefeitura de Manaus.
“Sou um cara de esquerda. Acho uma falta de respeito e bom senso demitir um professor por questão ideológica e não por questão pedagógica. É um desrespeito ainda maior com os alunos que pagam mensalidade para a instituição”, disse.
Outros casos envolvendo funcionários e alunos da Fametro e da Faculdade Santa Tereza, pertencentes a Maria do Carmo, virão a tona ainda esta semana, trazidos pelo Portal Abutre da Notícia com exclusividade.
