Sargento suspeito de matar colega de farda é um dos pistoleiros do PCC

A prisão de Farani Salvador Freitas Rocha Júnior, 36, sargento da Bata;hão de Ações Especiais do Rio de Janeiro, está repercutindo. Isso não só porque ele é suspeito de matar o próprio colega de parada, mas também porque ele atuaria um dos principais pistoleiros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).


A acusação veio à tona após a morte do cabo, Wanderley Oliveira de Almeida Júnior, 38. O ex-colega do sargento teria descoberto o envolvimento dele com a facção, depois que Farani pediu que ele levantasse dados sobre um criminoso chamado “Galo”, e dias depois este mesmo foi executado com mais de 70 tiros.


Wanderlei teria descoberto que Rocha recebia de traficantes propinas com os valores de R$ 50 a R$ 100 mil e que teria envolvimento com uma série de execuções, entre elas a de Gegê do Mangue. Todas as ordens partiam do próprio Marcola e eram repassadas por dois soldados a Farani, um deles conhecido como Wel da Facção e outro como Cebola.


Com medo de se tornar alvo de queima de arquivo por saber de mais, Wanderley pediu transferência para outra unidade e mandou áudios a amigos afirmando que se algo acontecesse como ele, o culpado seria o sargento. Ele também detalhava o esquema do ex-amigo.


Alguns meses depois, em fevereiro deste ano, ele foi assassinado com 22 tiros por dois homens disfarçados de garis, enquanto jantava em um restaurante japonês. No dia do crime, Farani e sua equipe da polícia estavam próximos ao local e atenderam a ocorrência. Eles tiveram acesso ao telefone da vítima e tentaram desbloqueá-lo, mas não conseguiram.


No dia seguinte, outro homem de confiança dele teria voltado a rua onde o crime ocorreu e sem demissão da polícia teria tentado ter acesso as imagens de câmeras de segurança para apagá-las.


Rocha está preso desde o dia 1º de junho e tem uma ficha extensa de acusações por envolvimento em homicídios. A defesa dele alega inocência, mas a polícia segue com a investigações e as indícios contra ele são cada vez mais robustas.