Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal com autorização da justiça, flagraram uma conversa entre o secretário da Secretaria Municipal de Limpeza Pública (Semulsp) Sebastião da Silva Reis, o “Sabá Reis”, com o sócio da empresa Mamute, em que combinavam um pagamento em espécie para o secretário.
Segundo as investigações da PF que seguem em segredo de justiça, o empresário Carlos Edson Guedes de Oliveira Junior, sócio da empresa Mamute, liga para o secretário Sabá Reis, onde ele promete levar valores pessoalmente para o político, ou seja, levar dinheiro em espécie para o secretário.
Em um outro diálogo telefônico entre Carlos Edson e Francisco Ramos Pires, falam sobre uma terceira pessoa que identificam apenas como “chefe”, a Polícia Federal concluiu que essa terceira pessoa seria o secretário Sabá Reis.
“No diálogo entre o investigado Carlos Edson Guedes de Oliveira Junior (sócio da empresa Mamute) e Francisco Ramos Pires, ocorridas em duas chamadas telefônicas no dia 05/04/2022, é possível identificar a figura de uma terceira pessoa tratada pelos interlocutores como ‘chefe’ e que gostaria de conversar com investigado Carlos (…) As investigações da autoridade policial levaram à conclusão de que essa terceira pessoa citada por Carlos Guedes Junior e Francisco, referenciada como ‘chefe’, possivelmente se trata do investigado Sabá Reis”, diz o documento.
Essa conclusão vem desde as primeiras interceptações telefônicas, feitas pela Polícia Federal segundo o documento apresentado ao Ministério Público Federal. “Durante o primeiro período de interceptação surgiram o indício de que o empresário estaria realizando o pagamento de vantagens indevidas ao então Secretário Municipal de Limpeza Pública senhor Sebastião da Silva Reis (…) mais conhecido como Sabá Reis”.
Em um terceiro diálogo entre os sócios da Mamute, Carlos Edson e Wilhame Agnelo, falam sobre a programação de pagamento e novamente surge o nome do secretário Sabá Reis, como beneficiário do dinheiro vindo da empresa investigada por sonegação fiscal e outros crimes contra o erário público.
“É possível extrair que esse pagamento possui grau de importância elevada para a empresa, pois teria de ser realizada pessoalmente pelo senhor Carlos Guedes Junior”. No diálogo com Wilhame, Carlos Guedes pergunta: “O que tem pra pagar já. É o Sabá é?” Whilame responde: “É”.
“Wilhame responde positivamente à indagação de seu patrão e a partir desse momento eles evitam falar abertamente sobre o assunto, fazendo uso de frases evasivas utilizadas. Salvo melhor juízo, pelo contexto da conversa (pagamentos), é possível inferir que as frases evasivas utilizadas por ambos dizem respeito a dinheiro”, diz o relatório.
As investigações sobre o caso continuam sob segredo de justiça.
*Com informações de D24AM