Apesar de ter saído da Secretaria Municipal de Educação (Semed), a irmã do prefeito David Almeida (Avante), Dulce Almeida, deixou empresas ‘bem das pernas’ com renovações de contratos que chegam à R$ 85,2 milhões de reais do dinheiro público.
De acordo com o Diário Oficial do Município de Manaus, a Semed ainda comandada por Dulce Almeida, renovou contratos de aluguel de ônibus e transporte escolar e outros serviços, por valores que variam de R$ 1,4 milhão, até 24,7 milhões, com diversas empresas.
Todos os contratos de renovação foram firmados ainda em dezembro de 2024, quando Dulce Almeida ainda era a toda poderosa da Semed, mas só foram homologados em janeiro deste ano.
Entre os contratos de renovação está a R G Teixeira Ltda (Contrato n. 116/2024), no valor de R$ 1.418.136,50 (um milhão, quatrocentos e dezoito mil, cento e trinta e seis reais e cinquenta centavos), para o fornecimento de gás liquefeito de petróleo (GLP), de 13 a 45 quilos para atender cozinhas escolares da rede municipal.
A empresa Millenium Locadora Ltda (Contrato n. 127/2023), que vai ganhar R$ 23.551.000,00 (vinte e três milhões, quinhentos e cinquenta e um mil reais), para fornecer locação de veículo automotor tipo ônibus, com motorista e monitor.
Outra empresa pra fornecimento de locação de veículo automotor tipo ônibus, com motorista e monitor, é a Dantas Transportes e Instalações Ltda (Contrato n. 130/2023), que vai receber nada mais nada menos que R$ 24.745.600,00 (vinte e quatro milhões, setecentos e quarenta e cinco mil, e seiscentos reais), do dinheiro do contribuinte.
Para quem não lembra, a Dantas Transportes e Instalações Ltda é investigada pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM), a pedido do Ministério Público de Contas (MPC), por suspeitas de fornecer um “contrato fantasma” para agentes públicos.
O empresário Francisco Luiz Dantas da Silva, além do sócio Agostinho Dantas da Silva, são acusados pelo MPC, de pagar comissões em dinheiro para agentes públicos, para conseguirem contratos de transporte escolar.
O dono da Dantas Transportes, contou ao Ministério Público de Contas do Estado (MPC) que agentes políticos, alegando condições implícitas na contratação com dispensa de licitação pressionavam de diversas e criminosas formas, o pagamento de um ‘mensalinho’ de R$ 20 mil; imposição de serviços alheios ao contrato, como o transporte escolar, que alcança R$ 60 mil por mês; imposição de contratar, sem que haja contraprestação de serviços, pessoas “fantasmas” que constam na folha de pagamento da empresa; apropriação elo prefeito e outros agentes políticos da distribuição de rotas, com indicação dos veículos e condutores; e que é obrigado a pagar a agentes políticos valores de até R$ 17 mil por veículo/condutor/combustível, quando recebe somente R$ 9 mil, acumulando prejuízos que chegavam a R$ 2 milhões.