Durante a operação denominada “Emergência 192” deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (28), para combater desvios de recursos públicos e fraude à licitação em contratos relacionados à compra de medicamentos hospitalares e uma ambulância, no ano de 2020 pela Prefeitura de Rio Preto da Eva, distante a 57 quilômetros de Manaus.

Durante a ação, o prefeito Anderson Souza, o cunhado dele e um de seus seguranças foram presos por porte ilegal de arma de fogo durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua mansão que fica em Manaus.

De acordo com a PF operação mobilizou 25 policiais federais, que cumpriram 5 mandados de busca e apreensão em locais estratégicos identificados durante as investigações, em Manaus e Rio Preto da Eva.

Anderson Souza era alvo de mandado de busca e apreensão, porém, foi preso por posse ilegal de arma de fogo em sua mansão, em Manaus. Já o cunhado dele foi preso também na casa do chefe do executivo, mas em Rio Preto da Eva, junto de um segurança.

Anderson Sousa o cunhado e o segurança pagaram fiança e devem responder em liberdade pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

Durante a ação da Polícia Federal, foram apreendidos cinco armas de fogo, munições, documentos, aparelhos eletrônicos e artigos de luxo.

Segundo a PF, a investigação se iniciou a partir de uma denúncia que questionava a eficácia terapêutica dos medicamentos adquiridos por meio de dispensa de licitação.

“A denúncia levantou suspeitas sobre a idoneidade da empresa contratada, uma vez que sua atividade principal não está relacionada ao setor hospitalar, mas sim ao comércio varejista de materiais de construção”, diz trecho da nota.

Conforme a PF, existia um acordo prévio para manipular os resultados dos processos licitatórios no município. Verificou-se, ainda, que os sócios das empresas concorrentes mantêm relações pessoais e de confiança entre si, incluindo relações afetivas e procurações outorgadas.

“Bem como, os sócios das empresas investigadas foram, em algum momento, assessores comissionados da Prefeitura de Rio Preto da Eva e possuem vínculos políticos e pessoais com outros sócios das empresas sob investigação”, afirmaram.

A análise de dados financeiros revelou saques fracionados e transferências suspeitas nas contas bancárias das empresas envolvidas, imediatamente após os pagamentos efetuados pela prefeitura do município.

A análise dos dados financeiros revelou saques fracionados e transferências suspeitas nas contas bancárias das empresas envolvidas, imediatamente após os pagamentos efetuados pela Prefeitura.

De acordo com a polícia, os elementos apreendidos serão utilizados para comprovar as práticas investigadas. Somadas, as penas dos crimes de fraude à licitação, peculato e associação criminosa podem ultrapassar 19 anos de reclusão.

Prefeito com histórico com a Polícia

Em 2013 Anderson Souza foi preso suspeito de comandar uma quadrilha que tramava a morte do atual prefeito do município, Luiz Ricardo Chagas, o vice Ernane Santiago, o ouvidor do município Erick Franco de Sá e um empresário. A promotoria de Justiça da cidade concluiu que o ex-prefeito também pode ter articulado a saída do juiz que comanda as investigações acerca deste caso. Souza foi levado na segunda-feira (4) para a Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na Zona Leste de Manaus.

Após dois dias preso, Anderson Souza, foi libertado. Souza foi beneficiado pela assinatura de um alvará de soltura, concedido pela desembargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado, segundo o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).