Crime causou revolta na população após vídeo ser amplamente divulgado nas redes sociais

A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), prendeu um casal na tarde de quinta-feira (06/06), investigado por tortura contra uma adolescente, de 12 anos. O crime, que aconteceu no bairro Compensa, zona Oeste de Manaus, na segunda-feira (03/06), foi filmado e “viralizou” nas redes sociais.

No vídeo, a madrasta, de 30 anos, aparece agredindo brutalmente a adolescente. O pai da menina, com 34 anos, presenciou a cena e não fez nada para impedir, sendo também responsabilizado pelo mesmo crime.

Durante coletiva de imprensa nesta sexta-feira (07/06), o delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, destacou a celeridade das equipes policiais na elucidação desse caso, que causou revolta na população devido às circunstâncias em que ocorreu.

“Em menos de 48 horas após o conhecimento do crime, houve a prisão dos envolvidos, inclusive o pai que está entre os detidos nesta operação. Eu gostaria de agradecer ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, que foram rápidos em emitir esses mandados de prisão durante o Plantão Criminal”, salientou o delegado-geral adjunto.

Diligências

A delegada Juliana Tuma, titular da Depca, relatou que as diligências iniciaram na terça-feira (04/06), após a equipe policial tomar conhecimento do vídeo que estava sendo amplamente divulgado nas redes sociais, mostrando a adolescente sendo intensamente torturada com ripadas por uma mulher.

“A partir de então, foram tomadas todas as providências para identificar se aquele vídeo realmente era aqui de Manaus. Uma vez identificado que o vídeo era daqui, a equipe policial prontamente saiu em diligências para identificar a vítima e localizá-la. Ela foi encontrada com a mãe, no bairro da Paz, zona centro-oeste, ainda bastante machucada e amedrontada, e levada à delegacia para ser ouvida”, explicou a delegada.

De acordo com a autoridade policial, na Depca, foram tomadas todas as providências necessárias, inclusive solicitada medida protetiva de urgência para a vítima. A menina foi ouvida e relatou que as agressões ocorreram após ela e a madrasta voltarem de um passeio na segunda-feira (03/06).

“Ainda em escuta especializada, a menina informou que as ripadas não haviam acontecido apenas naquele dia, mas sim em outros dias e de maneira contínua e reiterada, daí por isso foi tipificado como tortura. Também foi identificado que o pai sabia das agressões”, contou a titular da Depca.

Com base nisso, foi representada à Justiça pela prisão preventiva deles e as ordens judiciais foram decretadas. A equipe da Depca realizou diversas buscas, mas o casal não foi localizado e passou a ser considerado foragido. Entretanto, na tarde de quinta-feira (06/06), foi dado cumprimento às decisões judiciais no momento em que eles se apresentaram na delegacia.

“Enfatizo a importante participação da população, que também se indignou a ponto de não deixar que isso ficasse impune e sem responsabilização e nos fizeram muitas denúncias”, afirmou Tuma.

Procedimentos

Ambos responderão pelo crime de tortura. Eles foram encaminhados à audiência de custódia e ficarão à disposição do Poder Judiciário.