Membros de uma organização criminosa responsável por lucrar mais de R$ 50 milhões aplicando golpes em mais de 200 funcionários públicos no Amazonas foram presos na manhã desta quarta-feira (14) durante a Operação Esfinge, deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
Quatorze pessoas foram presas, sendo sete em Manaus; quatro no Rio de Janeiro; uma em Sergipe; e uma em Santa Catarina. Ao todo, foram cumpridos 19 mandados de prisão, busca e apreensão contra integrantes do grupo. Alguns deles já tinham sido presos no ano passado durante a Operação Fair Play, da Polícia Federal (PF).
De acordo com informações da PC-AM, os suspeitos cooptavam os servidores e induziam a contrair empréstimos consignados, com a promessa de rendimento acima do mercado. A organização abriu dezenas de empresas para escoar os recursos financeiros obtidos no esquema ilícito de pirâmide financeira.
Com os empréstimos, o dinheiro era repassado para 15 empresas de fachada, sendo a principal delas o grupo financeiro Lotus Corporate, que, em outubro de 2022, já havia sido investigado por aplicar o golpe por meio da modalidade de pirâmide financeira.
De acordo com o titular do 13º Distrito Integrado de Polícia (DIP), delegado Cícero Túlio, a investigação existe desde 2021. “Estamos há dois anos investigando e descobrimos que a organização trabalhava em três núcleos: um núcleo diretivo, onde estavam os administradores das empresas; um segundo núcleo operacional, que cooptava as vítimas; e outro financeiro, responsável pela criação de novas empresas e pelo escoamento do dinheiro”, explicou o delegado.
Cícero Túlio informou, ainda, que por meio de câmeras de vigilância existentes nas empresas investigadas, a polícia descobriu que os suspeitos tinham conhecimento de que estavam sendo investigados e sacaram em espécie boa parte dos recursos obtidos no esquema ilícito. “Não conseguimos acesso a tudo, mas apreendemos também diversos bens”, esclareceu Túlio.
Outras prisões
Durante o cumprimento dos mandados no Amazonas, uma pessoa foi conduzida ao 13º DIP por desacato a um dos delegados presentes na ação. Já no Rio de Janeiro, outro homem foi detido por estar em posse de uma arma de fogo. A polícia ainda está conferindo a certificação do objeto.