Manaus- O senador Omar Aziz que é presidente da CPI da covid, em depoimento relatou que há indícios que apontam crimes cometidos pelo então presidente da República Jair Messias Bolsonaro.
Cauteloso, o senador evita imputar crimes comuns a Jair Bolsonaro e relacioná-lo à corrupção, mas diz que os indícios já apontam para um crime de responsabilidade que pode lhe render um processo de impeachment na Câmara.
Para Aziz, a investigação revelou ao menos três fatos graves com relação à conduta do presidente: a propaganda de medicamentos sem eficácia comprovada, a aposta na tese da imunidade de rebanho que levou a mortes evitáveis e a omissão na compra de vacinas. Tudo isso, afirma, cometido por um governo que abraçou o negacionismo, aspecto que considera mais importante que eventuais desvios de recursos.
Para Omar Aziz, o chefe do Executivo fez ‘anticampanha’ ao tentar desacreditar vacinas, zombando que as pessoas poderiam virar jacaré se tomassem a Pfizer e usando expressões como “vachina” para se referir à CoronaVac.
Frequentemente, Bolsonaro diz que os imunizantes estão sendo aplicados em fase experimental, o que é mentira. As vacinas contra a covid-19 não estão em fase experimental porque, no Brasil, diferentes imunizantes receberam o aval da Anvisa depois de passar por análises de segurança, qualidade e eficácia. Mesmo aquelas com autorização para aplicação emergencial passaram por esse tipo de teste.
Outro ponto relacionado a vacinas que é alvo de investigação na CPI é a demora na aquisição de vacinas, especificamente da Pfizer. Segundo levantamento da comissão, a empresa enviou 81 e-mails ao governo desde março de 2020, sendo que muitos ficaram sem resposta. O contrato com a Pfizer só foi assinado no começo deste ano.