MPF afirma que o dono da Bemol financia exploração de terras indígenas no Amazonas

O Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM), mostrou que empresários e grupos empresariais de Manaus estão entre os financiadores da empresa Potássio do Brasil, acusada de coagir e desrespeitar indígenas da etnia Mura que moram em Autazes, por conta da exploração de potássio na região.

Entre as empresas amazonenses apontadas pelo Ministério Público Federal no Amazonas, estão o grupo Simões, responsável pela empresa Coca-Cola entre outras empresas e a Bemol.

O grupo varejista pertencente a família Benchimol e hoje comandada pelo empresário Denis Benchimol Minev, é responsável por financiar a empresa Potássio do Brasil, responsável pela exploração do mineral no Amazonas.

O MPF-AM pediu em 2016 a justiça federal, que suspendesse o licenciamento ambiental para exploração de potássio na terra indígena Lago do Soares e Urucurituba, no município de Autazes, devido a série de irregularidades como violação ao direito constitucional de usufruto exclusivo das terras indígenas, ausência de consulta às comunidades afetadas, ameaças a lideranças locais e expedição de licença ambiental sem estudo técnico de impacto sobre a vida e o costume dos povos da região.

A juíza federal Jaiza Maria Pinto Fraxe, entendeu que os Mura estão sob “riscos de conflitos e morte” por causa das irregularidades no empreendimento e disse que o protocolo de consulta do povo Mura foi alterado de forma “esdrúxula”, suspendendo assim os tramites de licenciamento ambiental para a exploração das terras indígenas.

Denis Minev como presidente da rede varejista Bemol, se mostrou indiferente a causa indígena com a exploração mineral e com os impactos em territórios do povo Mura, apenas para conseguir um pouco mais de dinheiro.

O empresário é apontado pelo MPF como um financiador da empresa que explora o minério no Amazonas, e teve seu licenciamento ambiental cancelado por mentir a justiça, afirmando que os indígenas estavam de acordo com a exploração de suas terras, quando na verdade, o grupo pagava poucos índios para agirem como líderes das aldeias e concordar em explorar suas terras.

O Brasil é um dos maiores importadores do insumo derivado do potássio, utilizado na fabricação de adubo para fazendas, que também buscam explorar mais terras públicas no Amazonas, que teriam de ser preservadas devido a floresta tropical Amazônica.

O ataque ao meio ambiente e a exploração de comunidades tradicionais, faz parte de uma longa lista de crimes ligados a empresários rurais e pecuaristas, que vivem de grilagem de terras para obter mais e mais lucros.

Dono da Bemol, Denis Minev tenta explorar a mineração de potássio que pode atingir cerca de 12 mil indígenas Mura, que podem ter suas vidas e terras mudadas pelo empreendimento financiado pelo empresário.

Se já não bastasse cobrar altas taxas de juros de seu empreendimento varejista, Minev parece não ligar muito para vidas indígenas e povos tradicionais se for para ganhar mais dinheiro explorando suas terras em troca de alguns trocados.

Como ocorreu na chegada dos portugueses ao Brasil, o dono da Bemol Denis Minev acreditou que conseguiria trocar alguns “presentes”, pela exploração das terras e riquezas dos indígenas da etnia Mura, que vivem em Autazes.