
O Ministério Público do Amazonas (MP-AM), vai investigar o contrato firmado entre a empresa PUMP e a Prefeitura de Manaus por meio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), para o Festival Sou Manaus Passo a Paço de 2023.
De acordo com o inquérito que tramita no MP-AM, a suspeita de irregularidades no contrato firmado entre a empresa PUMP e a Prefeitura de Manaus, e o órgão vai apurar suspeitas de ato de improbidade administrativa ocorrida na contratação do artista internacional DJ David Guetta, que se apresentou na primeira noite do Sou Manaus Passo a Paço de 2023.


A partir de 2023, a Prefeitura de Manaus resolveu privatizar o Festival Sou Manaus Passo a Paço, com venda de ingressos para o show do DJ francês David Guetta, com um aporte financeiro de R$ 3 milhões de reais, o que gerou muita revolta entre a população mais pobre e artistas locais.
“Hoje, não é um evento feito para a população manauara. O prefeito falou várias vezes que está tentando vender esse evento como um case, para turistas. Agora, com toda essa dificuldade de acessibilidade, está claro que não é sobre democratizar o acesso ao lazer. Como artista, eu falo que também não é sobre celebrar a cultura local”, disse uma artista local na época.
Se já não bastasse a segregação de pessoas de baixa renda em um show internacional, o Portal da Transparência do município, não discriminou os valores utilizados no Sou Manaus e com a Manauscult, e o acesso aos contratos da edição de 2022 via Lei de Acesso à Informação, não foram divulgados.
Dentre os contratos que deveriam aparecer na época, não constaram no portal da Transparência o contrato de locação do porto, dos artistas que vão se apresentar, bem como toda a estrutura logística do evento, além de cópias dos mesmos.
A Defensoria Pública do estado (DPE-AM) e o Ministério Público de Contas (MPC-AM) recomendaram a suspensão de venda de ingressos, mas a prefeitura sequer se manifestou a respeito.
Também não foi mostrado o contrato de locação de uma loja em dos shoppings mais ricos da cidade para a venda de artigos do festival, dentre outras perguntas. A própria divulgação do evento na Times Square, de Nova Iorque, também foi alvo de questionamentos. A prefeitura, até o momento da publicação desta matéria, não divulgou as informações pedidas.
Para a escolha da PUMP, o prazo entre o lançamento do edital e o anúncio da vencedora aconteceu em quatro dias. Isso oficialmente, uma vez que o proprietário da empresa, Bernard Teixeira, aparece em diversas postagens nas redes sociais interagindo com o prefeito David Almeida e perfis oficiais da Manauscult e prefeitura de Manaus falando abertamente sobre atrações do Sou Manaus.

Segundo o empresário Bernad Teixeira, dono do PUMP, sua empresa teria investido cerca de R$ 2 milhões de reais no Sou Manaus Passo a Paço, mas disse que não sabia se o valor retornaria para a empresa, que venceu a cota máster de patrocínio do evento.
Vamos aguardar os rumos das investigações do MP-AM, para saber como ficará o evento nos próximos anos.


