Moradores da Comunidade Santa Maria protestam na AM-070 contra o SAAE e a Prefeitura de Manacapuru

Manifestantes queimam madeiras e fazem barricadas após denúncias de cortes de água e suposto abuso de autoridade; clima é tenso na região

Manacapuru (AM) – O clima esquentou nesta terça-feira (14) na Comunidade Santa Maria, zona rural de Manacapuru, após moradores realizarem um protesto na rodovia AM-070, bloqueando a via com barricadas, pneus e pedaços de madeira em chamas. A manifestação foi motivada por denúncias de cortes irregulares de água e supostos atos de abuso de autoridade por parte de funcionários do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE).

Segundo os comunitários, diversas residências estão sofrendo com o corte no fornecimento de água, mesmo após tentativas de negociação. Moradores afirmam que não foram devidamente notificados e que a ação do órgão tem sido “truculenta e seletiva”. O ato interditou parcialmente a rodovia, causando lentidão e exigindo a intervenção da Polícia Militar.

“Estamos cansados de sermos tratados como invisíveis. A água é um direito, e não um favor da prefeitura”, disse em tom de revolta uma das lideranças do protesto. Moradores também exibiram faixas com frases como ‘Queremos respeito’ e ‘SAAE fora da Santa Maria’.

Repercussão e tensão local

A manifestação ocorre um dia após a veiculação de matéria denunciando as insatisfações da comunidade com a atuação do SAAE. O episódio ganhou grande repercussão nas redes sociais e entre parlamentares da cidade, que cobram esclarecimentos urgentes da prefeitura.

Resposta do SAAE

Em nota, o SAAE informou que a comunidade é atendida por dois poços artesianos e que a maioria das residências está cadastrada no sistema. No entanto, há uma rua específica que estaria fora do cadastro, por se tratar de área com disputa judicial de herança entre supostos herdeiros da terra. A autarquia ainda alegou que vem realizando campanhas educativas sobre a importância do pagamento e que alguns moradores insatisfeitos estariam usando de “politicagem” para atacar o órgão, especialmente após uma recente eleição interna na associação da comunidade.

Próximos passos

A Polícia Militar informou que a situação foi contida pacificamente e que não houve registro de feridos, mas permanece em alerta para evitar novos bloqueios. Representantes da Defensoria Pública e da Câmara de Vereadores devem visitar a comunidade nos próximos dias para ouvir os moradores e buscar soluções negociadas.

O protesto reforça o cenário de insatisfação popular crescente e revela um conflito direto entre a gestão municipal e a zona rural, com potencial de novos desdobramentos políticos.