A operação da Polícia Federal denominada “Sem Sabor”, que foi desencadeada nesta terça-feira (25), teve como alvo a ex-titular da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Kátia Helena Serafina Cruz Schweickardt, hoje à frente da Secretaria de Educação Básica (SEB) no Governo Federal.
Segundo informações da PF, Kátia Schweickardt havia comprado com dispensa de licitação mais de R$ 11,4 milhões, para a aquisição de “kit merenda” em 2020, na empresa A Chaves Coimbra LTDA, que segundo as investigações, não possuía experiência nem estrutura para fornecer os alimentos.
O Tribunal de Contas da União (TCU) apontou em uma auditoria, a ausência de justificativa legal para a dispensa de licitação e um direcionamento claro na escolha da fornecedora, limitando a concorrência e inflando significativamente os custos.
Na auditoria, o TCU apontou um superfaturamento de R$ 2,8 milhões, em itens como achocolatado em pó e feijão comprados com valores acima da média. A Prefeitura de Manaus pagou R$ 4 por pacote de achocolatado em pó (400g), o setor técnico do órgão encontrou o mesmo produto por R$ 2,51, ou seja, com preço R$ 1,49 menor.
Já o feijão, item básico da cozinha brasileira, custou R$ 8 para a prefeitura, mesmo que o produto tenha sido encontrado por R$ 4,99 em outros varejos. Abaixo um print do comparativo realizado na época:
Kátia Helena Serafina Cruz Schweickardt é alvo de um processo de que investiga um esquema criminoso, responsáveis por fraude à licitação, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa, com penas de mais de vinte anos de prisão.
