Ex-marido que matou juíza fez gesto de “tanto faz” após o crime

O engenheiro Paulo José Arronenzi, de 52 anos, que esfaqueou e matou a ex-esposa na frente das filhas, nesta quinta-feira (24), no Rio de Janeiro, disse a um dos guardas municipais que o prendeu que ele fazia uso de remédios controlados e participava de sessões de terapia. Segundo o agente Adailton Moraes, Paulo não demonstrou arrependimento pelo crime.

– Fomos até o local e a vítima já estava inconsciente e sangrando muito em vários lugares. Ele [Paulo] não reagiu à prisão e também não demonstrou qualquer tipo de arrependimento. Com ele havia uma mochila onde encontramos algumas facas, remédios e documentos. Ele possuía cortes nas mãos e foi encaminhado ao Hospital Lourenço Jorge. Depois daí, levamos ele para a Divisão de Homicídios da Capital na Barra da Tijuca, onde foi feito o registro de ocorrência – disse Adailton ao jornal O Dia.

Ainda segundo o guarda, o Corpo de Bombeiros chegou rápido à cena do crime, mas a vítima, a juíza Viviane Vieira Arronenzi, de 45 anos, já estava sem vida. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal, na Região Central da capital fluminense, onde familiares da vítima foram reconhecer o corpo. Abalados, eles não falaram com a imprensa.

– Ele ficou o todo tempo calado, mas perguntamos se estava arrependido de alguma coisa. Ele balançou o ombro como quem queria dizer “tanto faz, tanto fez”, só dizendo que era melhor morrer – disse Adailton.

Em setembro, Viviane fez um boletim de ocorrência contra o ex-marido por ameaça e lesão corporal. Ela chegou a receber a escolta de seguranças oferecida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, onde atuava, mas dispensou a proteção após um pedido da filha.

O TJ-RJ e as associações de magistrados do estado do Rio de Janeiro e do Brasil emitiram nota conjunta em que lamentavam a morte da juíza.

Viviane Arronenzi deixa duas filhas gêmeas, de 9 anos, e uma de 12.