Nesta quinta-feira (22) o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) e o vice-prefeito e secretário de municipal de Infraestrutura, Marcos Rotta (DEM), afirmaram que o complexo viário do Manoa, ainda não será entregue, porque não há condições de tráfego e a empresa responsável pela construção J.Nasser Engenharia, serão notificada por ter abandonado a obra sem cumprir o compromisso.

De acordo com David Almeida, o complexo já deveria ter sido entregue à população, no entanto a obra não atendeu às exigências técnicas nas quais constam ainda inclinações máximas a serem corrigidas pelo consórcio. O prefeito garantiu que só vai liberar o viaduto quando todos os ajustes apontados pelo laudo feito pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea) forem cumpridos.

“Já notificamos as empresas para que façam a conclusão dos ajustes. Existe a necessidade de prolongamento da rampa Oeste, para que diminua a inclinação de 12%, para 9% de acordo com as normas técnicas, para que o equipamento seja liberado para o tráfego. Carros pequenos trafegam, porém uma obra, que custou R$ 48 milhões e que não permite que ônibus e caminhões trafeguem pelo local, se torna uma obra ineficiente. Uma obra extremamente importante, diga-se de passagem, uma obra gigante. Não vou deixar passar nada. Eu sou fiscal da prefeitura e vou continuar fiscalizando todas as obras”, disse o prefeito.

Em março deste ano, a prefeitura informou que as empresas J Nasser Engenharia Ltda e Construtora Soma Ltda, que formam o consórcio para construção do viaduto, fariam os reparos recomendados pelo Crea-AM, logo após uma reunião com seus representantes, mas ainda que haja um acordo assinado, as empresas não cumpriram com os reparos de falhas graves na obra.

Foto: Divulgação

O vice-prefeito e secretário da Seminf, Marcos Rotta, reforçou que as empresas serão chamadas nesta quinta-feira a cumprirem um novo prazo para entregar a obra com segurança à população de Manaus.

De acordo com Rotta, a justificativa para a recusa dos empresários do consórcio não se justifica, pois as empresas estão cientes das falhas técnicas, tendo eles se comprometido em realizar as adequações necessárias. “Nos causou surpresa a posição do Consórcio de Empresas responsável pela obra, sobretudo do senhor José Nasser, que assinou a ata concordando com o laudo técnico emitido pelo Crea-AM. Foi feito o ajuste de parte das exigências técnicas apontadas no laudo em uma cabeceira da pista, mas não foi feito o prolongamento da cabeceira no outro sentido da pista, ou seja, não foram atendidas as demais exigências previstas no laudo. Nós hoje oficializamos o consórcio para que a obra seja retomada, sob pena das sanções administrativas previstas, inclusive, no contrato. Nós vamos chamar as empresas que integram o consórcio, para que seja estipulado um prazo”, afirmou Rotta.

Técnica
O engenheiro Claudinei da Silva, que é presidente da Comissão Interinstitucional de Apuração de Obras em Conclusão (Caoc), explicou as inadequações encontradas pelas equipes da prefeitura no viaduto. De acordo com ele, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) também participou do processo de alinhamento entre as empresas e a prefeitura e ainda hoje o órgão de controle deve se manifestar.

“A topografia do complexo apresentou 11,5% em um dos lados, e somente serão aceitos os serviços após nova topografia a ser executada pela própria Seminf, onde as rampas das cabeceiras deverão apresentar no máximo 9%, ponto imprescindível para recebimento dos serviços e com limitação da velocidade máxima para 50 km/h, conforme estabelecido no Manual do Projeto Geométrico da Travessia Urbana do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte, o DNIT, caso contrário não há condições de liberamos a obra com segurança”, afirmou Silva.