
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), se revoltou após ser confrontado nesta quinta-feira (30/10), por produtores de energia solar, nos corredores do Congresso Nacional em Brasília.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, os produtores de energia solar aparecem questionando Braga sobre a Medida Provisória 1304, que trata da reforma do setor elétrico.
Durante a abordagem, um dos manifestantes confrontou o parlamentar enquanto gravava a cena com o celular.
“Aqui está o senador que é contra a energia solar distribuída no Brasil. Milhões de brasileiros vão perder emprego por causa do senhor senador, você sabia disso?”, questionou o homem que fazia as imagens.
Braga reagiu de forma grosseira, como de costume, a fala do homem, afirmando que o produtor estaria mentindo.
“Não querido você está mentindo, você está mentindo, você está mentindo”, respondeu o senador, apontando o dedo em direção ao celular.
O manifestante retrucou: “Não senhor. O senhor está do lado errado, está contra o povo brasileiro. Várias empresas serão fechadas. O senhor não pode apontar o dedo para um cidadão não” disse o homem.
Como sempre fez quando governou o Amazonas, Braga rebateu de forma áspera. “Posso sim, estou apontando para o teu telefone.”
O homem insistiu: “Você está apontando para o povo”.
O senador Eduardo Braga (MDB-AM), apresentou no Senado Federal a Medida Provisória 1304, que aumenta a conta de energia dos mais pobres e beneficia os grandes empresários do setor de energia elétrica.
O texto apresentado por Braga e que está em análise pelos parlamentares, é tido como um “presentão de natal antecipado” a empresários como Carlos Suarez, que é dono de concessões de rede de distribuição de gás em estados onde o produto sequer existe, e os irmãos Joesley e Wesley Batista donos da J&F e que estão adquirindo a Amazonas Energia.
De acordo com o texto apresentado pelo senador Eduardo Braga, estabelece que o “valor máximo do leilão” seja colocado na construção de gasodutos, que tornará o Amazonas o estado com a conta de energia mais cara do Brasil.
O novo texto permite que as usinas termoelétricas continuem operando, e poluindo o meio ambiente, por mais 16 anos, a um custo estimado em R$ 600 por megawatt-hora. A prorrogação foi incluída após pressão da bancada do Sul, especialmente por meio de emenda patrocinada pelo senador Esperidião Amin (PP-SC).
Os benefícios dispostos nos serviços da termoelétricas movimentadas por gás e carvão — já haviam sido tentados anteriormente no projeto que criou o marco regulatório das eólicas offshore. Foram vetados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas reapareceram agora no relatório de Braga, que encerra o mandato mirando a reeleição ao Senado em 2026.
Se em caso o texto passar, o amazonense vai pagar pela construção, pela geração e pelo consumo de energia gerados por termoelétricas.


