David trai Omar e quer o Amazonas para si: chapa com Rotta e Braga escancara ruptura

Por: Redação

Manaus- O Amazonas vive uma reconfiguração política decisiva. De um lado, o senador Omar Aziz (PSD), já oficialmente pré-candidato ao governo do estado em 2026, liderando uma frente com amplo apoio de prefeitos, deputados, ex-prefeitos e lideranças municipais. Do outro, o prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), que articula uma candidatura com um projeto arrojado: disputar o governo com uma chapa majoritária forte, tendo Marcos Rotta (Avante) e Eduardo Braga (MDB) como candidatos ao Senado.

A disputa já é considerada a mais acirrada e complexa dos últimos ciclos eleitorais no estado, com alianças históricas sendo revistas, pré-candidaturas antecipadas e um cenário que aponta para rupturas e realinhamentos em praticamente todas as regiões.

Omar Aziz: pré-campanha com base sólida no interior

Com uma carreira consolidada como ex-governador e atual senador, Omar Aziz entra na disputa com o maior arco político do estado. Sua pré-candidatura ao governo conta com o apoio da maioria dos prefeitos do interior, deputados estaduais, federais e ex-gestores. O grupo de Omar é o mais estruturado em termos de palanque, organização partidária e articulação regional, com presença em quase todos os municípios.

Sua força está fora da capital, onde mantém alianças consistentes com prefeitos influentes e lideranças que controlam votos estratégicos, especialmente nas regiões do Alto Solimões, Baixo Amazonas, Madeira e Purus.

David Almeida: capital consolidada e projeto estadual ambicioso

Prefeito de Manaus, David Almeida comanda a máquina da maior cidade do estado e tem um projeto claro: substituir Omar como liderança estadual dominante. Para isso, já costura uma candidatura ao governo em 2026 e trabalha para lançar uma chapa majoritária completa, com dois senadores aliados.

O plano de David envolve:

  • Marcos Rotta, atual Chefe da Casa Civil como pré-candidato ao Senado pelo Avante;
  • Eduardo Braga, ex-governador e atual senador pelo MDB, como segundo nome ao Senado;
  • Uma candidatura própria ao governo, baseada na popularidade em Manaus e alianças com grupos políticos que hoje estão divididos entre MDB, PSD e partidos médios.

A estratégia de David é ousada: ele pretende formar o maior palanque da capital, com apoio empresarial, influência sobre partidos médios e controle da máquina municipal. Mas seu maior desafio é avançar sobre o interior, tradicionalmente dominado por Omar.

Braga entre dois lados: permanecer com Omar ou migrar para David?

O ponto de maior tensão nesse cenário é a posição de Eduardo Braga (MDB). Amigo pessoal de Omar e aliado de longa data, Braga também tem interlocução direta com David Almeida e presença no governo municipal. O MDB, por sua vez, é um partido com presença estadual e interlocução forte com prefeitos, o que o torna um trunfo na disputa por palanques regionais.

Se Braga optar por seguir com Omar, manterá a tradição de aliança que se estende há mais de uma década. Mas se aceitar integrar a chapa de David com Rotta, abrirá um novo ciclo político no estado e selará a ruptura definitiva entre os dois maiores grupos da política amazonense.

Essa decisão  ainda não anunciada será um dos fatores que podem decidir o rumo da eleição estadual.

Rotta: o nome do Avante ao Senado

Marcos Rotta, hoje um dos principais aliados do prefeito em Manaus, já é considerado pelo grupo pré-candidato ao Senado. Ele representa o braço político e técnico do grupo de David Almeida. Com forte presença na zona urbana e discurso de gestão eficiente, Rotta deve disputar votos com nomes tradicionais e pode ser o “senador da capital” da chapa.

Sua entrada na disputa fortalece o Avante e indica que o projeto de David é mais do que uma candidatura individual  é a tentativa de criar uma nova força política estadual, com presença no governo e no Senado.

Cenário de confronto total no estado

O quadro que se desenha para 2026 é claro: duas candidaturas fortes, com bases sólidas, projetos distintos e pouca margem para composição.

  • Omar Aziz entra com a máquina do interior, tradição política e um grupo coeso;
  • David Almeida chega com a capital, força de gestão e um plano para tomar o controle do estado.

As alianças que se firmarem até o fim de 2025 serão cruciais. Prefeitos, deputados e partidos menores agora analisam quem tem mais força real para vencer, e principalmente, quem pode garantir espaço político no novo ciclo de poder estadual.

O Amazonas entra em contagem regressiva para uma eleição histórica

Com a candidatura de Omar lançada e a articulação de David em curso, o Amazonas entra em modo eleitoral antecipado. As decisões dos próximos meses  especialmente a posição de Braga  vão determinar se haverá uma divisão definitiva ou se ainda é possível uma recomposição parcial.