Durante seu discurso nesta sexta-feira (23) em sua apresentação como pré-candidato à Prefeitura de Manaus em 2024, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania), disse que não procura por poder.
Amom fez duras críticas ao prefeito David Almeida (Avante), seu principal adversário, afirmando que não tem “sede de poder” e defendeu uma gestão técnica, sem nomeação de parentes, e com transparência. “Vocês podem esperar uma obsessão total com transparência”, afirmou Amom, em discurso a apoiadores, em um restaurante na zona Norte de Manaus.
Muito diferente de seu discurso inflamado por transparência e falta de sede de poder, Amom já demostrou muitas vezes que busca protagonismo político e o poder que ainda não teve.
Amom que foi o vereador mais votado em Manaus, deixou o cargo sem completar seu mandato, para se candidatar como deputado federal nas eleições em 2022. Agora como deputado federal, Amom deve deixar mais uma vez o cargo que lhe foi confiado pela população, para assumir a prefeitura em caso de vitória.
Quando se candidatou à vereador, Amom prometeu continuar até o final e não cumpriu a promessa. Agora como deputado, novamente não cumpre a promessa de terminar seu mandato, e vai tentar ser prefeito.
Amom doente
Amom Mandel é portador de doenças autoimune conhecidas como retocolite ulcerativa e tireoidite de Hashimoto, incuráveis e que levam o político a ser internado por várias vezes para tratamento.
O deputado foi diagnosticado com as doenças em 2015, onde sente muitas dores e dificuldade de se locomover.
O próprio Amom Mandel já disse que devido as doenças que possuí, corre o risco de vim a óbito a qualquer momento em uma crise. Ele foi internado às pressas no Hospital Samel em 2022, durante uma crise de retocolite ulcerativa e teve de se afastar da Câmara Municipal de Manaus, época em que era vereador.
Segundo informações repassadas por pessoas próximas a Amom Mandel, o deputado vem apresentando crises de ansiedade o que faz com que suas outras doenças virem à tona e lhe dar crises que podem levá-lo a morte.
Algo que ocorreu com o ex-governador Amazonino Mendes, que mesmo sem condições de saúde, foi praticamente obrigado à ser candidato nas duas últimas eleições, como prefeito e governador, perdendo as duas e vindo a falecer devido a seu estado delicado de saúde.
A saúde de Amom Mandel, levanta questões sobre sua candidatura à Prefeitura de Manaus, já que havia dito que não seria candidato e que terminaria seu mandato como deputado, mas voltou atrás e lançou seu pré-candidatura.
Investigação do MPF
Em relação a transparência, Amom Mandel ainda explicou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), que o acusa de improbidade administrativa devido a nomeação e o pagamento de seu advogado particular de nome Frank Júnior Menezes de Nascimento, com um salário de R$ 55.416 (cinquenta e cinco mil, quatrocentos e dezesseis reais), dinheiro pagos pelo contribuinte para que o advogado trate das coisas particulares do deputado.
De acordo com as denúncias apresentados ao Ministério Público Federal, o advogado Frank Júnior Menezes de Nascimento foi contratado para o gabinete do deputado federal Amom em Brasília e pago com dinheiro público, mas vem tratando de assuntos pessoais de Amom Mandel.
O advogado, atua em pelo menos cinco ações que correm no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), onde o avó de Amom é desembargador, e as questões seriam apenas de cunho pessoal do deputado, que utiliza o dinheiro de seu gabinete na Câmara Federal, para pagar os honorários de Frank Júnior Menezes de Nascimento.
Frank Júnior Menezes de Nascimento é lotado no gabinete de Brasília de Amom desde fevereiro de 2023, conforme dados no Portal da Transparência da Câmara Federal. Após a denúncia o procurador da República Paulo Roberto Galvão de Carvalho oficiou o deputado para que ele se manifeste sobre a denúncia e esclareça a relação do seu gabinete com o advogado.
De acordo com o documento enviado pela Procuradoria da República no Amazonas à Procuradoria da República no Distrito Federal, o caso pode “se tratar de suposto ato de improbidade praticado por deputado federal, lotado, portanto, em Brasília, através de suposto uso irregular de verba de gabinete”.