Caprichoso vence o Garantindo por dois décimos em disputa acirrada

O Caprichoso é o grande campeão 56° Festival Folclórico de Parintins. O boi da estrela conquista o bicampeonato, somando agora 24 títulos para a agremiação folclórica azul e branca. A disputa foi acirrada entre os Bumbás, mas o Caprichoso venceu por duas noite a uma, alcançando pontuação de 1.259,0 contra 1.258,8 do Garantido.

O touro Negro defendeu o tema “O Brado do Povo Guerreiro”, que exalta a construção coletiva da qual surgiu o bumbá azul e branco.

Na primeira noite, o Caprichoso venceu com 419,8 contra 419,5 do Garantido. Na segunda, o Garantido levou com 419,5 contra 419,8 do Caprichoso. Finalizando e dando a vitória ao povo azul e branco, Caprichoso venceu com 419,7 contra 419,5 do Garantido.

As três noites do Caprichoso

Na primeira noite, os pontos altos da apresentação foram a entrada da cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, que evoluiu com a toada “Guerreira das Lutas”, a evolução da tribo coreografada com a participação do pajé Erick Beltrão ao som de “Yreruá – Festa do Guerreiro”, e a evolução do item com a toada “Maraka’yp”, que encerrou a apresentação.

Para levar o boi à arena, foram construídas 12 alegorias para as três noites de apresentação, além de um módulo aéreo com um guindaste de 500 toneladas e 22 metros de altura, considerado um dos maiores do Brasil.

A segunda noite teve mais quatro alegorias e módulos aéreos que trouxeram itens como cunhã-poranga e o boi-bumbá. O diretor de Arena do boi azulado, Edwan Oliveira, acredita que o Caprichoso está mostrando um trabalho de qualidade

Na arena, o Touro Negro defendeu a temática “Revolução: a consagração pelo saber popular”, terceiro ato que compõe o tema “O Brado do Povo Guerreiro”, defendido pelo bumbá azul e branco em 2023. Nesta terceira parte, o brado do Caprichoso reclamou os “saberes e fazeres” dos povos da Amazônia expressos na cultura popular, bradando que, enquanto houver opressão, haverá resistência e que o saber popular deve ser usado como arma contra a intolerância, os racismos, os preconceitos e repressões de toda a sorte.

O bumbá ganhou as ruas da cidade e incorporou as tradições locais. As pessoas passavam, mas o Caprichoso não, sendo recebido por um novo dono, uma nova família que, tradicionalmente, tornava-se a guardiã do boi, responsável por organizar as saídas do boi nas ruas de Parintins.

A agremiação folclórica é responsável pelo projeto social Fundação Boi-Bumbá Caprichoso, denominado Escola de Artes Irmão Miguel de Pascalle, para crianças e adolescentes que exercitam e desenvolvem o potencial intelectual e artístico nas oficinas de artes, dando um retorno à comunidade e ao festival. Fundada em 1998, a escola já revelou mais de 5.500 artistas que podem ser vistos nos galpões, no conselho de arte, na dança, na música e em todos os segmentos.