O coronel Alfredo Menezes, possível candidato ao Senado, tem apostado na onda do bolsonarismo para tentar obter votos em 2022. Apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter conquistado 65,72% de preferência da população manauara nas últimas eleições, esses mesmos aliados preferem negar apoio quando se trata de Alfredo Menezes. Enquanto o presidente aponta o coronel como um “bom candidato”, a resposta dos conterrâneos de Menezes parece ser “quem não te conhece que te compre”.
Embora Bolsonaro insista em “vender coelho por lebre”, Menezes parece mercadoria ruim de venda na vida pública. Como superintendente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) foi demitido, candidato a prefeito não passou do 5º lugar, candidato ao cargo de chefe do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) perdeu a vaga para funcionário dos Correios desconhecido, e agora tenta desesperadamente uma vaga para o senado.
Acontece que a população amazonense não esqueceu e sabe muito bem porquê não pode comprar essa “mercadoria”. Menezes, que adora dizer que não se une a corruptos, quando esteve a frente da Suframa, sabia de esquemas de corrupção que aconteciam dentro da entidade, mas fez “vista grossa”. Quem não se lembra da Operação Rio Nilo, da Polícia Federal, que revelou o envolvimento de servidores da Suframa em um esquema de corrupção? Na gestão de Menezes, as fraudes continuavam e ele não fez absolutamente nada.
Depois das investigações se arrastarem por anos, a Justiça comprovou que vistoriadores da Suframa recebiam propina de empresários e representantes de empresas como parte de um acerto entre as transportadoras e os funcionários públicos para sonegação de impostos. O grupo envolvido foi condenado pelos crimes de estelionato majorado, associação criminosa, corrupção ativa qualificada, corrupção passiva e falsidade ideológica de documento público, entre outros crimes.
Rio Preto da Eva
Outro caso de conivência de Menezes em esquemas de corrupção aconteceu em Rio Preto da Eva (município distante 78 quilômetros de Manaus). De acordo com denúncias, o projeto do Distrito Agroindustrial do município de Rio Preto da Eva (Darpe), apresentado na gestão de Menezes, com implantação em uma área incentivada pela Suframa, estaria sendo alvo de corrupção.
Com investimentos iniciais de R$ 74 milhões, o projeto foi denunciado, uma vez que, funcionários estariam desapropriando centenas de famílias de agricultores, de terras ocupadas há mais de 10 anos, para entrega-las a pessoas ligadas ao prefeito do município, que tem o apoio de Menezes. “Quando nós começamos a denunciar para Polícia Federal foi quando simplesmente ele foi demitido, mas tudo continuou do mesmo jeito, porque ainda tem uns funcionários corruptos por lá”, denunciou uma fonte ao Portal Abutre.
“Estavam fazendo uma gambiarra enorme, montando comunidades, expulsando comunitários. As terras estavam sendo entregues para pessoas ligadas ao prefeito, inclusive, os agricultores foram enganados com uma suposta legalização, quando na verdade eles estavam fazendo as pessoas concordarem com a reintegração de posse que tiraria todos eles ali daquela comunidade, mesmo com mais de 10 anos morando no lugar. São mais de 600 famílias que foram prejudicados com essa algazarra, uns voltaram e tentam resistir e são ameaçados”, revelou a fonte.