Blindagem em Manaus? Enquanto a PF age contra prefeito de Sorocaba por uma denúncia, David Almeida segue intocado mesmo com denúncias em série

Manaus- A Polícia Federal mais uma vez mostra que, quando quer, age com rapidez e firmeza. O alvo da vez foi o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), que teve mandado de busca e apreensão cumprido em operação que já vinha sendo conduzida desde 2022. A investigação aponta suspeitas graves na condução da administração municipal  e a PF não hesitou em intervir.

Mas basta olhar para o norte do país para ver como a justiça não é tão célere nem igual para todos.

Em Manaus, o prefeito David Almeida (Avante) acumula denúncias, escândalos e representações formais no Ministério Público do Amazonas (MP-AM), no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), e até na Polícia Federal. São dezenas de apontamentos sobre contratos milionários suspeitos, favorecimentos, superfaturamentos e obras inacabadas principalmente no programa “Asfalta Manaus”, onde empresas investigadas continuam sendo premiadas com novos contratos.

Apesar disso, nenhuma operação foi deflagrada. Nenhuma busca e apreensão. Nenhum afastamento. Nenhuma ação efetiva.

A pergunta que fica é incômoda, mas necessária: por que a lei parece ter dois pesos e duas medidas? Por que a PF age com tanta eficiência em uns casos, mas permanece inerte em outros mesmo diante de farta documentação e denúncias públicas?

A situação em Manaus é um retrato da impunidade institucionalizada. O prefeito governa com ampla maioria na Câmara Municipal, blindado por vereadores que mais parecem assessores do executivo. Enquanto isso, órgãos de controle observam à distância o avanço das irregularidades, como se nada pudessem ou quisessem fazer.

É preciso que o Brasil olhe para Manaus. Que a PF, o MPF e o TCU façam o que já deveriam ter feito. Que a justiça, se é para ser chamada assim, atue com a mesma firmeza aplicada em Sorocaba e em tantas outras cidades.

Porque justiça seletiva não é justiça. É conveniência. É política. E é traição ao povo.