Aula presencial do curso “Bases para uma educação antirracista” debate educação escolar indígena

Participaram da atividade diretores, professores, pedagogos e representantes das coordenadorias distritais da capital

A Secretaria de Estado de Educação e Desporto Escolar, por meio do Centro de Formação Profissional Padre José de Anchieta (Cepan), realizou, nesta terça-feira (19), a primeira aula presencial do curso “Bases para uma educação antirracista”, que tem como objetivo contribuir com a equidade educacional nas escolas da rede estadual de ensino.

O curso tem carga horária de 40 horas, distribuídas entre encontros síncronos, assíncronos e aplicação prática nas escolas. As aulas presenciais do curso também são transmitidas pelo Centro de Mídias de Educação do Amazonas (Cemeam) para professores do interior do estado, buscando assim potencializar o desenvolvimento e fortalecimento de práticas pedagógicas voltadas para a educação antirracista em todo o Amazonas.

O primeiro encontro presencial aconteceu no auditório do Cepan, localizado no bairro Japiim 2, zona sul de Manaus, e apresentou propostas de práticas pedagógicas voltadas para a Educação das relações étnico-raciais no contexto da educação escolar indígena.

“Aqui nós vamos estimular os professores da rede a desenvolverem práticas que estimulem as potencialidades e identidades dos estudantes indígenas das Escolas Estaduais do Amazonas”, ressaltou a idealizadora do curso e coordenadora do Cepan Digital, Silvana Barreto.

O evento contou com vários momentos de reflexão acerca da influência da cultura indígena no estado e no Brasil, com exibição de vídeos com conteúdos relacionados ao tema e apresentação do “Ritual da Tucandeira” por indígenas do povo Sateré-Mawé. Sendo o Amazonas o estado com maior número de indígenas do país, a contextualização serviu para mostrar a importância e a atualidade da discussão sobre o tema.

A aula contou com a presença de dois palestrantes: o professor Lenilson Melo, autor de livros que retratam a história da Amazônia, que fez uma exposição histórica da luta indígena no Amazonas; e a professora indígena Marcivana Rodrigues, coordenadora da Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entornos (Copime), que falou sobre práticas antirracistas.

“A gente precisa falar sobre essas questões, falar sobre como essas crianças são atingidas pelo racismo, que muitas vezes é um racismo que faz adormecer sua identidade, sua raiz indígena”, ressaltou a professora Marcivana.

Para a professora Thaline Fontes, que leciona a disciplina de Geografia na Escola Estadual (EE) Professor Júlio César de Moraes Passos, localizada no bairro Mundo Novo, zona norte de Manaus, o curso alinha a teoria e a prática para que o trabalho com os estudantes em sala de aula seja proveitoso.

“Nesse contexto a gente aprende a importância da identidade, da cultura dos povos indígenas, para que os nossos estudantes possam entender que tudo o que nós temos de identidade, e quem nós somos, vem desses povos”, comentou a professora.

Nos dias 21 de novembro, das 9h às 10h30, e no dia 3 de dezembro, das 15h às 16h30, outras aulas presenciais serão ministradas no auditório do Cepan, onde os cursistas poderão discutir práticas antirracistas para a educação quilombola e compartilhar as práticas pedagógicas aprendidas.