Augusto Ferraz lembrando o ‘prefeito Odorico Paraguaçu’, vai gastar mais de R$ 600 mil com serviços funerários

Dando uma de “Odorico Paraguaçu”, personagem ficcional cômico criado pelo dramaturgo Dias Gomes, o prefeito de Iranduba Augusto Ferraz (UB), vai gastar mais de 600 mil no pagamento de serviços funerários.

Segundo informações que constam no Diário Oficial dos Municípios (DOM), Ferraz vai gastar dos cofres da prefeitura de Iranduba R$ 608,2 mil (seiscentos e oito mil e duzentos reais) com o serviço funerário, para uma mulher de nome MARIA DE FATIMA RODRIGUES.

[sic] Odorico Paraguaçu é prefeito ficcional cômico criado pelo dramaturgo brasileiro Dias Gomes e vivido originalmente pelo ator Paulo Gracindo, prefeito da cidade fictícia de Sucupira, onde elegeu-se com a promessa de construir o cemitério da cidade. O problema de Odorico é que, após a inauguração do cemitério, ninguém mais morreu.

Investigações no MP-AM

O Ministério Público do Amazonas (MP-AM) instaurou um inquérito civil no último dia 23 de março para apurar possível superfaturamento em uma obra da Prefeitura de Iranduba, a 30 quilômetros de Manaus, na gestão do prefeito Augusto Ferraz.

Conforme o Diário Oficial do MP-AM, o obra trata-se da construção da Secretaria Municipal de Administração e Planejamento (Semap), orçada, inicialmente, em R$ 645, 880,45. Entretanto, na decisão, o MP-AM considera a necessidade de investigar “possíveis irregularidades”, que inclui, além do superfaturamento, o não cumprimento dentro do prazo estipulado.

A empresa responsável pela construção é a Vitória Régia Industria, Comércio e Construções Ltda. A obra iniciou em outubro de 2022 e deveria ter sido concluída em 15 de janeiro deste ano, o que não ocorreu.

De acordo com o Diário Oficial dos Municípios, a obra ainda teve um termo aditivo de prazo, com novo vencimento em 16 de março. A reportagem não encontrou informações sobre possíveis aditivos financeiros.

O Promotor de Justiça Leonardo Abinader Nobre, responsável pelo processo, determinou um prazo de 10 dias para que o presidente da Comissão de Licitação de Iranduba, Emerson Chirano, envie cópias do processo licitatório e dos comprovantes de pagamento ao MP-AM.

Cassados pelo TRE-AM

Augusto Ferraz, e seu vice Robson Adriel chegaram a serem cassados por crimes de abuso de poder econômico afastada de forma definitiva, após decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), mas a decisão proferida pela juíza eleitoral Dinah Câmara Fernandes, da 56º Zona Eleitoral de Iranduba, que foi derrubada poucos dias depois pelo presidente do Tribunal, na época, desembargador Welington Araújo.

Os membros do TRE, cassaram de forma unânime, seguindo o entendimento do Ministério Público Eleitoral (MPE), por Ferraz e Adriel distribuírem cestas básicas e pavimentar ruas, mostrando eles coordenando o trabalho realizado, e divulgando em um grupo em aplicativo de mensagens como forma de se beneficiar nas eleições em 2020.

Wellington, ele frisou que o afastamento do prefeito e vice iria gerar ‘a descontinuidade da Administração Pública’, o que causaria ainda ‘efeitos danosos para a população’. O magistrado defendeu também, que com a cassação, seria necessário realizar nova eleição, lembrando que teria que acontecer próxima ao período das eleições gerais.