Após denúncia do Portal Abutre, TCE-AM vai investigar desvio de recursos federais de Raylan Alencar repartidos com aliados na Prefeitura de Eirunepé

Após denúncia feita pelo Portal Abutre da Notícia, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM) vai investigar o ex-prefeito de Eirunepé Raylan Barroso de Alencar, por suposto desvio de recursos federais de emendas parlamentares destinadas ao município.

O Tribunal de Contas apresentado no Diário Oficial do órgão nesta terça-feira (26/08), incluiu na investigação os nomes do ex-prefeito Raylan Barroso, da ex-secretária de saúde Thayana Oliveira Miranda e do ex-secretário municipal de finanças Dângelo Falcão, no suposto esquema de desvio de emendas parlamentares.

O órgão de contas pede a adoção de medidas cautelares com a indisponibilidade patrimonial dos envolvidos, como uma forma de garantir a devolução dos recursos desviados ao erário público.

A denúncia de desvio de emendas parlamentares

A gestão do ex-prefeito Raylan Barroso é acusada de desviar recursos federais, enviados por parlamentares amazonenses para uso da Prefeitura de Eirunepé, sendo R$ 990 mil destinado pelo Senador Plínio Valério (PSDB) e mais R$ 2 milhões destinados pelo deputado federal Sidney Leite (PSD), que desapareceram durante a administração de Alencar entre os anos de 2023 e 2024.

Os vereadores apontam que os valores foram creditados nos cofres da prefeitura, mas não há qualquer prestação de contas ou registros de aplicação dos recursos. A ausência de relatórios, notas fiscais ou contratos relacionados às emendas levantou a suspeita de desvio de finalidade ou apropriação indevida.

“É inadmissível que verbas públicas desse porte simplesmente desapareçam. Vamos acionar os órgãos de controle e pedir uma investigação formal. A população precisa saber o que foi feito com esse dinheiro”, afirmou um dos vereadores que participa da apuração.

Chefe do esquema

As investigações iniciais apontam que o então ex- prefeito Raylan Barroso foi o principal articulador do esquema, e que o montante teria sido desviado e repartido entre aliados políticos, comerciantes locais e donos de empresas que mantinham contratos com a prefeitura.

Quem recebeu o dinheiro?

Veja os nomes citados nas denúncias feitas pelos vereadores (identidade preservada por segurança):

• Empresário do ramo de terraplanagem: teria recebido repasses por obras não executadas;

• Comerciante da zona central: recebeu pagamentos por fornecimento de alimentos não comprovado;

• Aliado político: nomeado como “consultor”, sem contrato ou relatório de serviço;

• Duas empresas de fachada: registradas em nome de terceiros, com ligações diretas ao ex-prefeito;

• Parentes de ex-secretários municipais: também aparecem como beneficiários de empenhos suspeitos.