Alessandra Campêlo muda o tom agressivo ao falar sobre o caso de agressão envolvendo seu amigo investigador Nonato Machado

A “mão forte” em defesa das mulheres por ser presidente da Comissão da Mulher, da Família e do Idoso da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), da deputada Alessandra Campêlo, parece ser bem seletiva quando o caso ocorre com um ‘amigo’.

Alessandra Campêlo como uma leoa, usava os termos “monstro”, “bandido”, “covarde” e “feminicida” contra acusados e suspeitos de violência contra mulheres em postagens feitas em suas redes sociais, muitas vezes sem citar os nomes das vítimas e creditando os nomes dos suspeitos e acusados em seus posts.

Mas agora o episódio envolvendo o investigador Raimundo Nonato Machado e a esposa, que os considera “amigos” e que, recentemente, fez campanhas para ela, em 2022, e para o irmão, o vereador Allan Campêlo, em 2020, a parlamentar mudou o tom agressivo.

Em uma nota divulgada em suas redes sociais dias depois do caso envolvendo o investigador amigo de Alessandra e Allan, onde a esposa e ele agrediram uma babá e atiraram em um advogado, a parlamentar repudiou a violência e afirmou que o trabalho dela como parlamentar não é seletivo, porém, em nenhum momento, fez qualquer referência aos ‘amigos’.

“Repudio a violência contra a mulher de todas as formas, seja quem for o autor! Num país com 1 feminicídio a cada 6 horas e 1 estupro a cada 7 minutos, minha luta contra a violência não é pessoal nem seletiva. Agressão não é a resposta para qualquer desavença, dentro ou fora de casa. No caso da agressão a babá, divulgada em redes sociais, assim como em TODOS os casos que chegam à Procuradoria da Mulher, colocamos à disposição da vítima nosso apoio jurídico e psicossocial. Violência contra mulher é crime!”.

Já durante seu discurso na Aleam na manhã desta segunda-feira (21), Alessandra divulgou o nome da babá e confirmou que conhecia Nonato e a esposa, tratando os agressores com todo respeito, diferentemente do que faz com acusados que ela não conhece pessoalmente, ou não tem condições financeiras próximas ao do investigador.

“O caso da agressão à Cláudia, – a babá, e estou nominando porque ela não é simplesmente uma pessoa agredida, ela é um ser humano, ela é uma mulher, o nome dela é Cláudia, ela está recebendo apoio psicossocial da Procuradoria da Mulher. Ela já teve atendimento da nossa assistente social que a levou até o pronto-socorro. Ela teve também atendimento jurídico, a nossa advogada esteve na delegacia, e também está tendo apoio psicológico”, disse.

A parlamentar afirma que segundo ela não trata as questões de combate à violência contra a mulher de forma impessoal, mas diferente de outras manifestações, a deputada fez questão de ser educada e cordial em seu discurso.

“É lamentável, porque de onde eu conheço o professor Nonato, conheço de mais de 50 projetos sociais que nós já apoiamos com a distribuição de quimonos, que davam aulas gratuitas pra crianças em situação de pobreza e extrema pobreza. Foram centenas de meninos e meninas que tiveram oportunidade, por meio do esporte, puderam estudar e tiveram ali, com a disciplina – que é sim fundamental no ensinamento do jiujitsu – seguiram bons caminhos, que eram crianças e hoje são adultos que fazem uma faculdade ou que trabalham e que tiveram os bons ensinamentos do jiujitsu (..) porque é toda uma história, uma carreira que é praticamente sepultada por conta de uma atitude como aquela que deixou não só o Amazonas, mas todo o Brasil horrorizado”, disse Alessandra.