Tido como inimigo do Polo Industrial de Manaus, Coronel Menezes quer comandar a cidade

Coronel da reserva do Exército Brasileiro, ex-diretor da Suframa e ex-candidato a senador, Alfredo Menezes (PP), deixou do partido de seu compadre Jair Bolsonaro, porque não conseguiu ser o candidato majoritário, para agora ser vice de um político que criticava à meses atrás.

Menezes sonhava em ser prefeito, após perder para o senador Omar Aziz (PSD), em 2022, mas conseguir 110.805 votos em Manaus, deixou escapar sua possível candidatura pelo Partido Liberal (PL), após brigar com o presidente municipal do PL, o deputado Capitão Alberto Neto, que levou a preferência do ex-presidente Bolsonaro para ser candidato à Prefeitura de Manaus.

Coronel Menezes foi expulso do Partido Liberal após arrumar uma confusão com o Capitão Alberto Neto, chamar ele de “Judas”, brigar com toda a direção nacional, estadual e municipal do partido porque queria ser candidato à prefeito.

Após conseguir uma liminar judicial para retornar ao PL, Menezes chegou a fechar um acordo com o partido, para ser vice na chapa de Alberto Neto, mas acabou saindo do Partido Liberal e indo para o Progressistas.

No novo, Menezes teve se baixar a bola e anunciar sua pré-candidatura à vereador, escolha difícil, já que seu sonho era ser candidato majoritário, enquanto via a empresária Maria do Carmo ser anunciada pelo ex-colega de partido como sua vice na chapa PL / Partido Novo.

Após anunciar três candidaturas diferentes, sendo pré-candidato à prefeito, vice e vereador, Coronel Menezes volta a cena como vice do deputado Roberto Cidade (UB), de quem falava mal até um tempo atrás.

Inimigo da Zona Franca

Menezes enquanto diretor presidente da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), durante o governo Jair Bolsonaro, não buscou investimentos para a indústria amazonense, mas deixou com que o Governo Federal cortasse benefícios e incentivos do Polo Industrial de Manaus.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) quebrou acordo com o Amazonas e editou um decreto, o de Nº 10.923, de 30 de dezembro de 2021, que atacou gravemente o polo de concentrados de bebidas da indústria da Zona Franca de Manaus.

O decreto de Bolsonaro revogou o Decreto nº 10.532, de 26 de outubro de 2020, que fixava alíquota de 8% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor.

O percentual representava vantagem para empresas instaladas em Manaus frente às demais concorrentes do resto do país. Com essa decisão do presidente, a alíquota passa a vigorar, a partir de agora, com crédito de 4%, que pode ser um convite para que as empresas do setor deixem Manaus e talvez o Brasil.

Isso aconteceu com a Pepsi, quando governo federal começou a reduzir, de forma escalonada, o percentual do IPI, que antes era de 20%.

Desde que foi eleito, Bolsonaro deu demonstração de que criaria embaraços à Zona Franca de Manaus colocando no comando da Economia do País o empresário Paulo Guedes, que faz forte campanha contra o modelo.

Mas esses ataques de Guedes nunca foram estancados pelo presidente, muito menos por Coronel Menezes, que comandava a Suframa na ocasião.