Amom Mandel (Cidadania) deputado federal e pré-candidato a eleição para Prefeitura de Manaus neste ano, coleciona privilégios e entoa um discurso incoerente frente a causa autista. Um dos privilégios que podem ser citados, fazem referência a um vídeo publicado e fixado recentemente no Instagram de Mandel.
Nas imagens, o parlamentar faz a barba com sabão em barra, bebe água e afirma que trabalha de graça para o povo. Apesar do apelo populista do conteúdo, Amom não apresentou qualquer prova pública que tenha mostrado que ele abriu mão do valor mensal bruto de R$ 44.008,52 que recebe como deputado federal, além de outras verbas provenientes da atuação legislativa, que incluem a verba de gabinete, no valor mensal de R$ 111.675,59 por deputado, que se destina a pagar os salários de até 25 secretários parlamentares que trabalham para o mandato, em Brasília ou nos estados.
Verba
Ainda sobre a questão dos privilégios, vale ressaltar que Amom ganhou destaque enquanto era vereador, por justamente abrir mão da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), conhecida como ‘Cotão’. A atitude apesar de ressoar como austera, revela o aporte financeiro que Amom possui, a ponto de não necessitar da verba, assim como outros parlamentares que fazem da política, a fonte de renda por se dedicarem às causas públicas.
Outro exemplo disso, é a doação do desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), Domingos Chalub, à campanha dele para deputado federal em 2022. Chalub é avô de Amom e doou sozinho, R$43 mil ao jovem. Sem contar os outros recebimentos de familiares, Amom recebeu verbas que candidaturas de mulheres, mulheres negras ou qualquer outro tipo de candidato que não fosse privilegiado, não receberiam sem fundo eleitoral ou partidário, demonstrando que o poder aquisitivo pode influenciar a performance na campanha.
Também vale relembrar, que Amom afirmou em entrevista à Revista Cenarium em 14 de outubro de 2020, que “ser neto de desembargador não me traz vantagens”. A doação de pessoas físicas à campanha eleitoral não é crime, mas a atitude e o valor se configuram como mais uma contradição entre discurso e ação de Amom Mandel.
Discurso autista incoerente
Só após aparecer bem cotado em pesquisas para as eleições, Amom resolveu assumir publicamente que faz parte do espectro autista em uma entrevista para a Revista Veja, no dia 28 de outubro de 2023.
Segundo as próprias palavras dele para o veículo de imprensa nacional, ele quer “abraçar a pauta da inclusão de pessoas autistas, como eu nunca fiz antes”, afirmou à época. De fato, essa movimentação foi observada por parlamentares como Wilker Barreto (Mobiliza) e a imprensa local, que citou a relação entre a pauta autista e o deputado Amom.
Wilker Barreto comentou um vídeo publicado pelo deputado federal Amom Mandel na rede social, que denuncia a falta de mediadores para estudantes autistas nas escolas de Manaus. Para Barreto, o deputado Amom deveria ter falado também sobre a falta de mediadores na educação estadual. E chegou a mencionar que “não quer acreditar que essa luta só é em função da pré-candidatura”.
Censura midiática
Amom Mandel também possui uma estratégia de silenciar e censurar jornalistas que criticam sua vida pública e parlamentar. Por meio de acesso à Justiça, Mandel processa os “opositores”, conforme já publicado anteriormente no O ABUTRE.
Diversos portais de Manaus já foram processados por Amom, que se coloca como lutador de causa igualitárias, que também reforçou que tomou a decisão de se candidatar à prefeitura de Manaus em dezembro, após sofrer intimidações por conta de uma denúncia feita na Polícia Federal (PF), sobre um suposto esquema criminoso da alta cúpula da Segurança Pública do Amazonas com facções criminosas.
Liberdade de imprensa, Amom!
A matéria em questão, não faz qualquer ataque ao parlamentar e se baseia em fatos, declarações públicas e informações de acesso livre a todos. Conforme a Lei nº 5.250, de 1967, no artigo 1º, “É livre a manifestação do pensamento e a procura, o recebimento e a difusão de informações ou ideias, por qualquer meio, e sem dependência de censura, respondendo cada um, nos termos da lei, pelos abusos que cometer”.