Brasil – Um levantamento divulgado nesta segunda-feira (11) pela ONG Greenpeace mostrou que no ano passado o garimpo ilegal devastou 1.410 hectares nas terras indígenas dos povos Kayapó, Munduruku e Yanomami. O número equivale ao desmatamento de quatro campos de futebol por dia, segundo a instituição.

As terras Kayapó, Munduruku e Yanomami são as mais afetadas pela expansão garimpeira, concentrando 95% da mineração ilegal em territórios indígenas. De acordo com o Greenpeace, o garimpo irregular devastou 26 mil hectares dos três territórios, uma área maior do que a cidade do Recife.

No ano passado, a terra Kayapó foi a mais devastada por garimpo ilegal, somando 1.019 hectares. No acumulado até dezembro de 2023, o território tem mais de 15,4 mil hectares de garimpo.

De acordo com a ONG, hoje o território dos Munduruku é o segundo mais invadido. O levantamento da entidade mostrou que os garimpos estão perto de pelo menos 15 aldeias. Até dezembro de 2023, a área total garimpada somava 7.094 hectares. Considerando os números dos últimos dois anos, a atividade nos rios do povo Munduruku devastou uma área de 582,7 hectares, superior a 580 campos de futebol.

No território Yanomami, 3.892 hectares foram devastados por garimpeiros até 2023. Os dados do Greenpeace mostram que a abertura de novas áreas da atividade teve um pico em janeiro, seguida por uma queda drástica em fevereiro, logo após o governo federal decretar situação de emergência nacional no território. Em março e outubro houve novos auges de expansão garimpeira.

A ONG alerta que o garimpo causa graves danos ao meio ambiente e coloca em risco não só os povos originários, mas também toda a população, pois gera uma série de impactos negativos.

Entre os prejuízos, a organização cita violência contra os povos indígenas, com assassinatos, ameaças e aliciamentos; contaminação dos rios por mercúrio, afetando a saúde de pessoas e animais; desmatamento e perda de biodiversidade, dificultando combate à crise climática e proteção da Amazônia; degradação cultural e social das comunidades indígenas e populações tradicionais; e abertura para que o narcotráfico adentre Terras Indígenas.

Via: R7