Há pouco mais de um ano, os cuidados de lavar as mãos, seguir o distanciamento social e usar máscara fazem parte da rotina da população. Cada um desses procedimentos contou com a orientação de um médico indispensável para a saúde: o infectologista. Neste dia 11 de abril, Dia Nacional do Infectologista, o Amazonas destaca a importância desses profissionais na luta contra a Covid-19.

Com a missão de pesquisar, diagnosticar e tratar doenças infecciosas e parasitárias, os infectologistas enfrentam uma rotina intensa com o surgimento do novo coronavírus. Além de definirem protocolos de prevenção à doença, eles também se dedicam à análise da complexa relação do vírus e seu modo de mutação no corpo humano.

O médico infectologista da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Antônio Magela, explica a importância estratégica desses profissionais, que atuam na linha de frente para conter a proliferação de doenças na sociedade.

“O infectologista é chamado para definir qual é essa doença que está em risco de se espalhar; e elaborar planos de tratamento, de controle, trabalhando junto com a epidemiologia, para minimizar o risco que essa doença pode trazer ao se espalhar num grupo populacional e alcançar outros ambientes mais distantes”, afirmou.

Nova rotina 

Há 27 anos atuando na FMT-HVD, Magela relembra as endemias e epidemias enfrentadas ao longo de sua carreira, como a de meningite e dengue, e fala das perdas dos colegas de profissão como principal mudança na rotina durante a pandemia de Covid-19. 

“Houve um impacto muito grande, e não foi só na Fundação de Medicina Tropical, eu acho que em todas as unidades de saúde, porque é uma coisa que foi muito marcante, muitos profissionais de saúde foram a óbito pela própria Covid-19. Eu nunca tinha visto uma mortalidade tão grande entre os profissionais de saúde em tão curto espaço de tempo”, enfatizou o médico.

Pesquisa 

Atualmente, o Governo do Amazonas, por meio da FMT-HVD, tem apoiado a pesquisa CovacManaus, conduzida pelos médicos infectologistas da unidade, Maria Paula Mourão e Marcus Lacerda. De acordo com o Dr. Antônio Magela, somente os avanços na ciência poderão definir os próximos passos na luta contra o novo coronavírus.

“Nós não sabemos ainda qual vai ser a duração da imunidade que tanto o contato com o vírus ou a vacina pode desencadear nos organismos humanos, para que a gente possa fazer uma projeção de como vai se comportar esse vírus a partir de agora. Então, são vários aspectos que ainda são muitas interrogações no mundo científico. Ainda estamos conhecendo o vírus, porque conhecendo melhor, nós também vamos poder combatê-lo melhor”, explica o médico infectologista.