Leitos de UTI no Delphina Aziz aumentaram 650% entre 2019 e este ano

O número de leitos na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital e Pronto-Socorro Delphina Aziz, na Zona Norte de Manaus, apresentou um aumento de 650%, entre fevereiro de 2019 e abril deste ano, passando de 10 para 75, conforme a Secretaria de Estado da Saúde (Susam). A unidade é referenciada para o tratamento de casos positivos de COVID-19 no AM.


A ampliação começou muito antes do início da pandemia do Novo Coronavírus, anunciada neste ano, o que evitou um colapso prematuro da rede pública de saúde no período em que a disseminação da COVID-19 começou no Amazonas.


Ao receber o Governo, em 2019, o governador Wilson Lima (PSC) inaugurou, em fevereiro, dez leitos de UTI no hospital, que à época, só dispunha de 10 leitos nessa modalidade, totalizando 170 leitos ativos (incluindo os clínicos) e 216 que aguardavam para serem regulados.


Com os atuais 75 leitos de UTI, a meta inicial do Delphina Aziz, que era de 50 unidades de tratamento intensivo, já foi superada em 50%. A expectativa é que o número de leitos de UTI chegue a 100 nos próximos meses – dependendo da chegada de novos respiradores mecânicos adquiridos pelo Estado-, mais 250 leitos clínicos.


A medida, adotada pelo Governo, leva em consideração a população do Amazonas e indicadores que colocam Manaus como a terceira cidade brasileira, com média de casos de coronavírus acima da nacional, perdendo apenas para São Paulo e  Fortaleza. A recomendação do Ministério da Saúde (MS), que tem prestado apoio ao Estado durante a pandemia, é que as medidas de distanciamento social sejam analisadas e ampliadas, se necessário.

*Percentual de leitos de UTI caiu no AM nos últimos anos*

O cruzamento de dados do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação de Medicina Brasileira Intensiva (AMIB), mostram que, apesar do aumento populacional no Amazonas, o número de leitos de UTI apresentou redução, entre 2016 e 2018, passando de 2,33 leitos para 1,24 leitos para cada dez mil habitantes.


O estudo publicado pela AMIB aponta que, em 2016, o Amazonas dispunha de 489 leitos de UTI em várias especialidades, entre elas pediátricos, adulto e pediátrico. Considerando o número de habitantes, que era de pouco mais de 4 milhões, a proporção era de 2,33 para cada 10 mil moradores.


À época, 32 estabelecimentos, sendo 19 públicos, tinham UTI. Não há o número exato de leitos no SUS e na rede privada no Estudo. 
Já a pesquisa publicada pelo CFM, mostra que, em 2018, o número de leitos aumentou em 13, dois anos depois, passando para 502. 


No entanto, o aumento populacional foi maior, percentualmente, passando para 4,063 milhões. Com isso, a quantidade de leitos de UTI para cada 10 mil habitantes caiu para 1,24. 


Do total de leitos, 321 estavam no SUS e 181 na rede privada. O total de leitos, à época, representava 1,5% dos disponíveis no SUS no País, o que mostra como o Estado estava desguarnecido.